dezembro 30, 2010
dezembro 25, 2010
dezembro 14, 2010
E na padaria falta açúcar?
dezembro 13, 2010
dezembro 12, 2010
Por acaso até ia escrever umas coisas inteligentes sobre o momento Sporting que dura que dura mas: obrigado por tudo Manel
dezembro 11, 2010
dezembro 04, 2010
dezembro 03, 2010
novembro 28, 2010
Memorial de uma posta de ontem: na padaria
Somos grandes. Na padaria, deus a tenha, preparam-se as festas com bonomia. A cada Martini acresce uma cerveja para aclimatar o desejo, e o pãozinho santo é servido com destreza, a cada cozedura, ora branquinho, ora torradinho, mas nunca, nunca, para nos fazer recordar o antigo pão. Finda a desmama da cimeira da nato e da greve geral, dúzias de tumores pequeninos florescem à volta do balcão vitrina da padaria e, imagina-se, ali ao lado, em todas as casas as intumescências imperam em pequenas salas de ensaio, tipo “hall de entrada” e restantes pleonasmos que nos sustentam num desmaio contínuo até ao centro comercial. Pelo menos está quentinho, dir-me-ão, enquanto comentamos o jogo do dia. E o “Sporting quase ganhou”, dizia-me o sr. Silva, com o seu sportinguismo envergonhado a tiracolo, sem respingar ao moderno portista sr. Lopes, salientando este, a renuncia belíssima do sr. Silva a ter tomates, ao mesmo tempo que respondia a um outro “Lopes” vermelho de Benfica (que por um acaso tinha sido recentemente operado a um “talo na perna”), que também tinha uma coisinha má, o que lhe dava sólidas razões para emborcar uns quantos portos brancos (enquanto acariciava a muleta), demonstrando por a mais b, que o título para eles seria uma miragem.
novembro 23, 2010
Recordação: será sonho ou uma greve geral?
novembro 19, 2010
A circunstância fixe
Por um acaso sei onde estou. Ali, quase longe, um país anota as purgações de um outro que é o seu. Afinal é mesmo perto. Na grande capital, brincam-se aos políticos e às guerrinhas. Já se sabia, os grandes chefes multiplicam-se na roda à volta da fogueira, fumando o seu cachimbo em área permitida, enquanto outros treinam à manif com dia e hora marcada, antecipando placidamente o seu momento. É toda uma estrutura de ensaio, rematada nas mais singelas instâncias da simulação: todos juntos, cada um no seu (esboçado) lado da barricada. Resta-nos, um dia destes, a visita à casa de alterne crise, onde se assentam as alternadeiras cognominadas mercados. Paga-se um copo, mas nem se fode nem se sai de cima.
novembro 15, 2010
Poderiam ser vitupérios à solta na desmama
Eu apenas ia escrever sobre uma cena. Aliás, tudo terá começado com um artigo no Ípsilon, aquele apetrecho que vem acoplado com o Público às sextas, sobre um livro “O Estaleiro” de Juan Carlos Onetti, um gajo que eu quero mesmo ler, mesmo ler, nem sei bem porquê, mas julgo que subjugado por milhares de pensamentos que convergem num sentido: o pessimismo. Vai daí, neste mundo claustrofóbico animado, deparei-me com uma cena “Da cidade nervosa” do Vila- Matas, uma compilação de textos do sr. Enrique, (tipo compêndio – uma cena menor para vender livros), em que se lia qualquer coisa tirada do Elias Canetti, que por momentos, vá-se lá saber, me pareceu Onetti. Confusão. Mas, pois, era assim:
Alguém que jura viver no seu próprio país disfarçado de forasteiro até que o reconheçam. Morre, profundamente amargurado, como forasteiro.
novembro 14, 2010
De volta da manutenção despertamos assim:
"Motel. Money. Murder. Madness.
outubro 17, 2010
outubro 15, 2010
outubro 14, 2010
setembro 12, 2010
setembro 04, 2010
Os maiores do (meu) mundo anacrónico.
Eu ontem, nada escrevi. (…)
A padaria folga: o sr. Madaíl, imbuído de um espírito envelhecido em cascos de carvalho, enaltece(u) as capacidades da equipa nacional jogar, supostamente, em piloto automático; o preceptor Queirós guarnece os seus discursos imodestos com o patriotismo da (sua) honra ferida; um qualquer secretário de estado entaramela duas patuscadas na nossa inteligência, a reboque de um protagonismo televisivo angustiante. As televisões filmam. E os dias passam, magnificentes, assinalando a vertigem desmiolada do final do verão, num eterno horário nobre, com direito a análises do mais fino calibre, recordando-nos que, afinal, não bastam as pequenas vitórias, e que nunca venceremos a nossa guerra. E vai daí o caso pia. E a mesma patuscada na nossa inteligência. Sim, o caso pia, e vai piar.
Compreendo. E assim estarei na lama mais funda, perto do sítio das vísceras, na leitura africana que nos encerra à boleia de um olhar antropológico e, às claras, nas horas vagas, depois do jantar, enquanto o Malato nos estimula a insónia. Quero ser maldito. Coisas (a saber) dos trópicos. Mas, indolente, nesta violência que encerra um calhamaço de noites sem dormir, ainda assim, enquanto um pulmão refila, um corpo aventura-se…moído...
agosto 29, 2010
agosto 26, 2010
agosto 22, 2010
Biologia quântica
agosto 15, 2010
Como é que se espera?
Duas mortes: Ruy Duarte de Carvalho, antropólogo, o escritor cineasta e viajante, que morreu longe; um senhor que se recordava de “ter mudado inteiramente de pele, pelo menos uma meia dúzia de vezes ao longo da vida”, e que me transportou por momentos para outras minhas peles, enquanto assistia com a uma espécie de júbilo ao desenrolar da manhã. E outro escritor, historiador e cronista, Tony Judt, o mesmo que me levou a um pequeno ataque quando vi o preço do seu “Pós Guerra – A História da Europa desde 1945”, que vou ler, já estará algures numa prateleira em fila de espera, enquanto me entretenho solitariamente com o “Danúbio” de Magris. De resto, na imprensa, tudo nos recorda que o inferno é em Portugal.
Afinal, o filme da semana foi o “Zatoichi” de Takeshi Kitano, uma preciosidade adquirida por 1,95 Euros com o Público. Quanto ao “Origem” de Christopher Nolan, que fomos ver ao cinema, o melhor é aproveitar o “Memento”.
Mais tarde, ali ao lado do intrépido (vencido) Sporting, um “Almoço de 15 de Agosto”, de Gianni di Gregório, que eu sei que não viram, pois não?
agosto 14, 2010
julho 31, 2010
julho 11, 2010
julho 10, 2010
julho 04, 2010
julho 03, 2010
E agora algo completamente diferente: as meias finais
julho 02, 2010
junho 20, 2010
junho 19, 2010
junho 10, 2010
junho 06, 2010
junho 03, 2010
maio 30, 2010
Nota: a bola também se joga com a mão
maio 26, 2010
maio 23, 2010
Irmãos em universo *
- Os que melhor falaram da morte morreram."
* A frase título inicial era: Este gajo faz-me bem. [Escrito na margem do livro]
maio 18, 2010
Alergia
maio 16, 2010
maio 12, 2010
maio 09, 2010
Mas o que é que se passa lá fora?
Não sei de nada. Após uma breve passagem pelo albergue de saúde e de um jantar digno de um anacoreta, estive a ver um documentário (1º de uma série de 6 episódios) denominado «APOCALYPSE» na RTP2, a horas decentes, ao contrário da anterior passagem que ninguém viu. Desta vez contaram-se, pelo menos, três espectadores razoavelmente atentos. Quanto ao resto não sei de nada.
maio 01, 2010
abril 29, 2010
Resto zero
Na padaria as (tais) agências reivindicam outro ranking. Os peixes amarelos, vulgo classe aburguesados, esperneiam minis na melancolia da esplanada. “Como é que é possível, estes gajos da economia que nos foderam de coentrada recentemente, tenham ainda palavra para nos endrominar na questão grega?”- perguntava um martini a um porto adormecido. Um whisky a preceito interrompeu-os por antecipação, com a desmama habitual: “bote aí dois pãezinhos de água e já agora uma natinha…”.
abril 26, 2010
abril 25, 2010
abril 23, 2010
A norte
abril 18, 2010
daqui não se vê nada
abril 17, 2010
Leopoldo Lugones
Olharam-se então; e o que havia em seus olhos não era delícia senão dor. Algo tão distante do beijo, que nele cabia a eternidade.
in "Francesca".
abril 16, 2010
Por exemplo
“O que se passa no mundo?” – terá perguntado. Longe de casa, e segundo parece, ainda inteiro, escutava com o seu melhor ouvido um tal de Tom Waits. Por exemplo:
abril 11, 2010
abril 10, 2010
Todos ao congresso
abril 09, 2010
claustros
Na penumbra política, parece que temos mais um bailador de todas as viagens. O país ensurdece enquanto remoí tantos silêncios. Venha a mulher-a-dias, rapinar estes gestos inúteis.
abril 08, 2010
abril 02, 2010
O mais próximo possível que estarás da felicidade: um bom naco de prosa
Era em Julho, numa tarde quente, e no seu rosto brilhante de suor faiscava um bom humor bárbaro. Enquanto ziguezagueava entre os seus camaradas, um largo sorriso abria-se-lhe nos dentes brancos. Os outros marinheiros eram homens de todas as origens e compleições, de sorte que Anarchasis Cloots bem os podia ter feito figurar como representantes da raça humana na primeira Assembleia Francesa. A cada tributo espontâneo prestado a este pagode negro – o tributo de uma pausa e de um olhar, ou, mais raramente, de uma exclamação – aquela turba variegada dava boas provas de um orgulho que se assemelhava, sem dúvida, ao dos sacerdotes assírios prosternados diante do grande touro de pedra.
In “Billy Budd”, do Sr. Herman Melville
março 31, 2010
março 30, 2010
março 28, 2010
março 26, 2010
março 25, 2010
março 24, 2010
Expectoração a meio da semana.
março 23, 2010
março 22, 2010
é o tal dia a dias
Quse Oito hoars, nates dias dhoras….
[e depois, sem dar por isso, estares a almoçar.]
março 21, 2010
março 20, 2010
Ontem comecei a ver o Sweeney Todd e de repente começaram todos a cantar
março 17, 2010
Seria uma tabacaria?
março 15, 2010
Efectivamente
março 11, 2010
março 10, 2010
março 08, 2010
março 05, 2010
O meu pasquim predilecto faz vinte anos
março 04, 2010
sempre os mesmos poemas
Falta-me a folha cinco
E entretanto a barba foi crescendo
a minha barba veio crescendo ferozmente
indiferente à morte de um ou outro amigo
às letras protestadas aos desgostos domésticos
às viagens lunares às convenções às lutas
Quando as coisas se erguem contra o homem
se eriçam agressivas contra ele
nem ao poeta basta o parapeito das palavras
Eu por exemplo homem de pouco tempo
trazido pelos dias aqui estou
Continuo a dizer: se alguma coisa há
que podias perder e ainda não perdeste
de que já a perdeste podes estar derto
Falta-me a folha cinco
Estou com a barba feita
Ainda este ano talvez em marienbad
eu vi mulheres curtidas pelos lutos
Mal de morte é o meu
em plena posição de pé às três da tarde
em meio do movimento do rossio
sentado à tarde no cinema em dias de semana
Já caem carnes já se perdem pêlos
já quase só me resta a devoção
lisboa certos dias um amigo às vezes
Poucas coisas importantes pensei durante a vida
uma mesa de sol em pleno inverno
um mar incontroverso alguns papéis
- continua a faltar-me a folha cinco -
pois apesar de tudo nada consta
Ruy Belo, País Possível- Editorial Presença
março 03, 2010
março 02, 2010
A fronteira
fevereiro 24, 2010
fevereiro 23, 2010
"Onde é que estão as novas gerações?"
Agora que por aí andam a reboque da sapatada os vampiros assépticos, e seus derivados, em séries e novelas de cepa duvidosa, e se entremeiam as memórias com relativismos amorfos, registe-se num cantinho os oitenta anos do Zeca, se por cá andasse. Dou ao desbarato.
fevereiro 21, 2010
Consta que é domingo...
fevereiro 19, 2010
fevereiro 18, 2010
fevereiro 16, 2010
fevereiro 10, 2010
Viva o Academia de Alcochete
fevereiro 07, 2010
fevereiro 04, 2010
fevereiro 02, 2010
Olha o bife e um gajo ainda fica como o Ozzy
Um jogo de bola é apenas um jogo de bola. Certo. A morte do artista, leia-se, Sporting, ocorre(u) logo no primeiro acto. À parte disso, não temos mais sonhos no mundo.
Tecnicamente, e para espingardar, o Sporting está já ali ao lado do (cabrão) Belém, descendo as calcinhas com um ronronar imperceptível mas dinâmico, caminhando inexoravelmente para a puta que o pariu…
Sandes de queijo
janeiro 29, 2010
janeiro 28, 2010
por agora é apenas isto depois de um atum em lata com batatas, cenouras e ovo ao jantar:
Até me enervo. Por pouca coisa, diga-se, porque não há um casting para os [estes] dias. Um gajo tem que aprender sozinho, e assim sucessivamente…
janeiro 26, 2010
da política
Das “Memórias de Além-Túmulo” de Chateaubriand, sobre um tal de Talleyrand, que fora ministro dos Negócios Estrangeiros de Luís XVIII, in “Um Diário de leituras”, de Alberto Manguel. As “Memórias” do Chateaubriand não são fáceis de arranjar por aqui…
janeiro 25, 2010
Das noites
Um gajo entaramela uma pergunta:
“o que está a dar [na televisão]?”
E escuta(invariavelmente):
“O costume…”
...
janeiro 24, 2010
janeiro 23, 2010
A semana requentada
Não sei bem, mas um destes dias, um destes dias, com a camisinha aberta até ao início do fim do diafragma, onde de resto (não faço por menos) pontificará um Cristo pendurado em prata de lei, entre convulsões mais ou menos enérgicas resultantes do consumo excessivo de espumante fita azul, comentarei, entre pratos, a notícia da semana; a saber, o Ricardo Sá Pinto, contra todas as expectativas, violentando um ex. caixa de supermercado que ganha agora 120.000 ouros, assim por alto. Por agora, não sei bem porquê, deambulo com o Chatwin, entre uma assoalhada e outra, enfarpelado de mutante intrépido, à procura de um tal Ravenstein, saído da pena de um gajo mais ou menos americano: um tal Bellow. “De belouuu não tinha nada”, remata o desaparecido Alfredo, menos fresco de que uma alface, e não é para menos, depois do temporal que se arremeteu contra as estufas do oeste. Depois, se tiver vagar, ainda vou ao youtube, guarnecer a minha sapiência de notas sobre fruta, bola e o sr. Pinto da Costa. Mas isso será lá mais para o fim da noite, quando encontrar o Céline espalmado numa vidraça, como consta numa obra apócrifa de um (outro) amigo meu. Que é um regalo para as vistas...
janeiro 22, 2010
Com licença, com licença...que eu vou numa massa à lavrador
e nem sequer fui ouvido no acto de que nasci...