dezembro 30, 2008
sejam bem-vindos
dezembro 28, 2008
asseguro-lhe que não irei... e continuo a comer frango de churrasco para provar que sou sublime
Guilhotinas, pelouros e castelos
Resvalam longemente em procissão;
Volteiam-me crepúsculos amarelos,
Mordidos, doentios de roxidão.
Batem asas de auréola aos meus ouvidos,
Grifam-me sons de cor e de perfumes,
Ferem-me os olhos turbilhões de gumes,
Descem-me a alma, sangram-me os sentidos.
Respiro-me no ar que ao longe vem,
Da luz que me ilumina participo;
Quero reunir-me, e todo me dissipo
Luto, estrebucho... Em vão! Silvo pra além...
Corro em volta de mim sem me encontrar...
Tudo oscila e se abate como espuma...
Um disco de oiro surge a voltear...
Fecho os meus olhos com pavor da bruma...
Que droga foi a que me inoculei?
Ópio de inferno em vez de paraíso?...
Que sortilégio a mim próprio lancei?
Como é que em dor genial eu me eternizo?
Nem ópio nem morfina. O que me ardeu,
Foi álcool mais raro e penetrante:
É só de mim que ando delirante
Manhã tão forte que me anoiteceu.
Mário de Sá Carneiro, "Álcool"
dezembro 27, 2008
e agora algo completamente diferente
Stone Roses, "Elephant Stone". Quando a pop ainda era vadia e com rosas, afinal, de pedra.
dezembro 26, 2008
dezembro 24, 2008
numa esquina perto de si
click na imagem para aumentar (via depositodocalvin.blogspot.com)
Não é brasileiro é português do Brasil?
dezembro 23, 2008
andamos assim mas podíamos andar assado
dezembro 22, 2008
no fim de contas é isto
dezembro 21, 2008
hoje amanheceu assim
dezembro 19, 2008
dezembro 18, 2008
dezembro 16, 2008
o Joe Pesci não precisava destas merdas
dezembro 10, 2008
dezembro 09, 2008
hoje o dia foi assim
Monty Python
e a carpete, seguindo as directrizes do sr. Tom Waits, parece que precisa de um corte de cabelo. É de assinalar, em sequência passada e com repercussões, que o piano andou a beber (muito): não fui eu…não fui eu…
dezembro 05, 2008
“ a little riding, driving, eating, etc. (not forgetting smoke) fill up the day"
A frase título é de Edward Fitzgerald (citado por Sebald), por acaso um sr. inglês que traduziu no séc. XIX as "Rubaiyat" do poeta persa Omar Khaiyam (1048-1131). Encontrei uma vez num alfarrabista de Coimbra as “Odes ao vinho” um estrato (pensei à época) do longo poema traduzido (provavelmente do francês e muito provavelmente pouco consoante com o original), e fui a correr para casa (enquanto lia em andamento o que não é fácil, pior só mesmo correr depois de beber muito absinto), onde me fechei, sem saber muito bem porquê, mas tenho essa tendência para “fechar”, lendo vorazmente as cerca de (acho) 30 páginas e à noite, ainda a correr, lá me emborrachei com o sr. Omar. Se fosse hoje, com esse nome, ia ser difícil. Acresce que o sr. Omar também foi matemático, filósofo, astrónomo e frequentador de cortes, para além de ter conhecido alguma malta da famosa seita dos “Assassinos”, mas isso é outra história. Podem igualmente encontrá-lo no romance histórico "Samarcanda" de Amin Maalouf. Já agora sobre os “Assassinos”, podem consultar “Os Assassinos” de Bernard Lewis e ler “Alamut” (a sua famosa fortaleza) de Vladimir Vartol um sr. Esloveno com nome de basquetebolista amador. A tradução das Rubaiyat até está na net, vejam só, aqui. Quase me esquecia, a música da caixinha é Scarlet Arch dos srs. "And Also The Trees" e o som, como podem verificar, é muito semelhante ao das minhas cassetes antigas, algumas aliás, mais velhinhas que o tema. Guardo-as com muito carinho, muito mesmo, até que a fita desfaleça e rompa, como tudo na vida…