novembro 27, 2013

Em que rua fica a eternidade?


A leitura não deve, de modo algum, «distrair-nos» mas sim concentrar-nos; não nos deve fazer esquecer uma vida sem sentido, nem deve aturdir-nos com uma consolação ilusória, antes devendo, pelo contrário, contribuir para dar à nossa vida um significado sempre mais elevado e pleno.

Hermann Hesse, “Uma biblioteca da literatura universal”.
[algures]

novembro 23, 2013

Uma conspiração de idiotas


Entretanto, após o cartão de pobre, ser-nos-á igualmente facultado um cartão de fumador, devidamente credenciado, imagino. E certamente para colocar de forma bem visível ao pescoço, bem entendido. Para o registo ficar completo, fica apenas a faltar a licença para isqueiros, nada como voltarmos aos bons velhos tempos.


novembro 20, 2013

e assim acontece



diz que o avô cantigas é um bom acompanhante, invólucro com rodas, tarde de sol fria, coiso e tal, na rádio…nunca se sabe.

novembro 17, 2013

O abominável homem neves


Diz algures o Manguel que os monstros não permanecem monstros para sempre. Esta seria uma das revelações da história. Ronca o Neves que os reformados não são pobres, mas que fingem bem, talvez assim não permaneçam. Quanto ao fingir, estamos desenganados, na época da sopa virtual a história não tem qualquer relevância.   

Ei Kid, não sejas loco

novembro 03, 2013

Já agora, a explicação: burros que nem portas


P: Qual é o conteúdo do maoísmo?
R: O conteúdo do maoísmo é a pureza.
P: A pureza é quantificável?
R: A pureza nunca foi quantificável.
P: Qual é a incidência da pureza a nível mundial?
R: A pureza ocorre em 0,004 por cento de todos os casos.
P: Com o que é que a pureza em estado puro coexiste muitas vezes?
R: A pureza em estado puro coexiste muitas vezes com a loucura.
P: Sem menosprezo pela loucura.
R: Sem menosprezo pela loucura. A loucura em estado puro oferece uma alternativa ao reinado da razão justa.
P: Qual é o conteúdo da razão justa?
R: O conteúdo da razão justa é a retórica.
P: E o conteúdo da retórica?
R: O conteúdo da retórica é a pureza.
P: A pureza é quantificável?
R: A pureza não é quantificável. É, isso sim, dilatável.
P: Como é que defendemos a nossa retórica dos ataques de outras retóricas?
R: Quem defende a nossa retórica são os nossos representantes eleitos. Burros que nem portas, todos eles. 

“A Explicação” de Donald Barthelme.

[de fugir]

novembro 02, 2013

Momentos Iéltsin


O senhor Joseph compartilhou connosco [mais] um seu momento Iéltsin, representado numa pantomina de má cepa, devidamente certificada por um atestado de final de almoço com conteúdos alcoólicos invejáveis. O senhor Joseph não é especialmente recomendável, superior ao teor alcoólico que exala apenas conseguimos distinguir o seu elevado nível de toxicidade em corrupção, neste capítulo pedindo meças a qualquer mafioso de gama devidamente enfarpelada. A populaça cá do burgo indignou-se, toda: aquela coisa da federação de futebol e jogatanas adjacentes; os comentadores de comezainas adjacentes às jogatanas; a tal organização de rapinadores (que se auto-denominam de governo da República) e que estaciona em qualquer gamela adjacente ou não; malta anónima (a sério); até o próprio Cristiano de indignou.

Esta gigantesca onda (semelhante às surfáveis da Nazaré) de indignação é apenas comparável a outras gigantescas ondas de indignação por tratamentos semelhantes, pantominas com consequências bárbaras cá para o burgo, por exemplo, os enrabamentos perpetrados pela troika com a ajuda da mão invisível do… governo; o tratamento ambulatório que nos preconiza a Alemanha, ou ainda o destratamento com que nos galanteia (e compra) Angola. Tudo situações que têm sido alvo de uma resposta enérgica por parte de TODOS NÓS. Bem hajam.