junho 26, 2017
junho 25, 2017
Adoro os sinais de perigo
Antigamente fumavam erva de má qualidade, agora discutem Airbnb,
regulamentação e startups de tuk-tuks e hostels onde se dorme no meio de
mosquitada e móveis do Ikea. Portugal é atraente por causa do património
histórico que é preciso cuidar (e que a indústria turística devia pagar a
dobrar e com língua de palmo); o resto arranja-se.
(O sr. Viegas deve saber do que fala,
não?, outrora diz que foi secretário de estado da cultura, assim mesmo, com
letra pequena).
junho 19, 2017
E agora?
Não há rigorosamente nada de novo a dizer. Já tudo foi estudado,
explicado e escrito na última década e meia. Houve comissões para todos os
gostos e feitios. E foi feito muito trabalho sério. Faltou tudo o resto. Faltou
pôr a tratar de incêndios florestais quem percebe de floresta. Faltou integrar
prevenção e combate. Faltou ordenamento. Faltou pensar no longo prazo. E
adiou-se o mesmo de sempre: fazer da floresta uma prioridade, fazer de um terço
do território nacional uma prioridade.
Houve, ninguém nega, uma conjugação extraordinária de factores
adversos, como já tinha acontecido em 2003: ao ar seco e temperaturas altas
juntaram-se as trovoadas secas e o vento forte numa tragédia de dimensões
inéditas no país que provocou pelo menos 61 mortos e 62 feridos, alguns em
estado grave, no concelho de Pedrógão Grande.
(daqui)
junho 17, 2017
Quando a "mercadoria se contempla a si mesma num mundo que ela criou" *
(Braga, centro da cidade - 17-06-17)
Os turistas ainda vão pensar que
é uma tradição da cidade de Braga: a exposição de pratos confeccionados.
Pratica desenvolvida por um restaurante do centro da cidade, esta pode ser
observada mesmo nas condições mais adversas, como hoje, aliás, mantendo-se o
prato devidamente aquecido pela exposição aos raios solares. Uns bons 40 graus.
Não se trata nesta, e nas outras vezes, apenas de um desperdício facilmente
evitável, mas de um desperdício devidamente autorizado pelo parque temático, transformando-se
num espectáculo (mais um) que converte a cidade numa projecção de si mesma. Não
passa pela cabeça (não raro, caridosa) de ninguém, que aquela imagem possa ter outro
tipo de influência em alguns estômagos, e respectivos bolsos, que por ali
passam… vazios. Não. Os estômagos, assim como os bolsos vazios, aposto,
aplaudem o espectáculo. Eles sentem-se parte dele e basta. Por mim, recusei
tirar bilhete. Proponho que, no início da próxima exposição, participemos com
as nossas mandíbulas de animais, outrora humanas, tornando o espectáculo ainda
mais apetitoso. A exposição de um prato vazio será certamente aplaudida como
mais uma (inovadora) instalação de arte contemporânea, desenvolvida por algum
artista residente.
(*Guy Debord)
junho 12, 2017
junho 11, 2017
We'll share a drink and step outside
Continuo a inventar os meus dias. Faço de conta que sou.
Socializo. Vou a debate. Horas existem em que acredito. Tudo somado sou eu mais
um ou outro. Às vezes não dou conta. Estou ali. Aqui. Acolá. Estar nem sempre é
ser visto. O resto imagino que seja mais
ou menos assim:
junho 10, 2017
junho 06, 2017
junho 03, 2017
Preferia os corais
E sentia uma saudade indefinida no seu coração. Não teria a coragem de a nomear: Nissen Piczenik, nascido e crescido no interior do continente profundo, ansiava pelo mar.
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