junho 20, 2021

Ontem não te vi em Babilónia...estive a acabar o "Guerra e Paz"

 


Ia escrever: terminei o Guerra e Paz, mas não se termina o Guerra e Paz. Continua-se. Escrevi algures: Acabei o Guerra e Paz e agora o que fazer?

Escrevi algures:

- Que fizeste da tua vida?

- Li o Guerra e Paz.

Continua-se. Cerca de mil e seiscentas páginas, edição da Presença, mais de dois quilos de papel, quantas palavras?, milhares, milhares de palavras, o tempo, o da leitura, o tempo, noutro espaço, o da escrita. Outro tempo. Para desopilar reli outra vez o fim, e fui reler, a propósito de um recente programa de rádio, “A lotaria da Babilónia”, um conto de Ficções (1944), de Jorge Luis Borges. Estou farto de ser salvo pelas palavras: como todos os homens da Babilónia, fui procônsul; como todos, escravo; também conheci a omnipotência, o opróbrio, o cárcere: Olhem: à minha mão direita falta-lhe o indicador.

Continua-se. Agora assim:


Tenho uma vida muito interessante. 


fevereiro 28, 2021

Manifestamente exageradas, as notícias da nossa retirada à Mark Twain

 


Acabada a empreitada (é disso que se trata), adjudicada por ajuste directo, com início no final do ano passado, prazos largamente incumpridos, onde se misturaram alhos com bugalhos de outras leituras, cerca de mil e duzentas páginas e quase dois quilos de papel mal pesados na minha balança da casa de banho depois, senti-me (isto foi na semana passada) ligeiramente atormentado por um vago sentimento de dever cumprido. Deixarei a análise afoita da obra para blogueiros mais audazes e dados a pareceres técnicos sobre florzinhas e encontros literários com a pluma em riste. Temos outros planos. Ainda indigeridos. 

Entre outros, comecei com isto (desvairado):


Escreve o pendura (por acaso foi Monsieur Vernet), pela pluma de Renard: confesso que a mim, como a todas as pessoas sérias, em certas ocasiões é agradável tomar banho com um pouco de lama. Isto dava panos para pangas, mas não temos tempo para análises vexatórias.