Ali ao lado, um no parking afere cada visita como se fosse sua. Não é. Mais, só se for o rosto fechado de um conhecido quando, por acaso, nos cruzamos num desses túneis pedonais que nos carregam para o outro lado de um prédio em escadinhas sinuosas. O prédio, já de si desnecessário, alicerçou a ventura de um túnel, inventado para estes cruzamentos de poucos metros, justificando umas arrobas de cimento armado e afins. A gente até imagina o outro lado, é ali, ali mesmo, pouca coisa, e já está a subir um sobejo de empedrado que lá ficou à deriva de qualquer fôlego intervencionado. De resto, ah, aquele rosto, ali atrás, faz pitorescamente parte de uma paisagem interior, literalmente interior, alheia à sua própria passagem. E é muito mais fácil não nos cruzarmos. É para isso, julgo, que serve a modernidade: uma passagem, sem afectos, e afinal de contas, de encontro a um antigo empedrado.
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