"Enquanto Cunhal, Soares e Sá Carneiro, habitados pela ideia de mudança, jogaram, no regueirão da História, o que de melhor e de pior a sua experiência incorporava, aqueles que se lhes seguiram eram movidos pelos seus interesses pessoais. Acrescente-se uma nefasta mediocridade e o quadro talvez aclare esta triste desgraça em que vivemos: mentiras, vacuidade, ignorância, impunidade aos prevaricadores, enriquecimentos ilícitos.
A nossa insatisfação nasce desse jogo complexo do poder, do carácter nocivo de quem nos dirige e dos mecanismos económicos que se sobrepuseram à importância da ideologia. A decomposição social resulta da fragmentação identitária dos partidos, da ambiguidade política e da fragilidade cultural de quem conduz. E da impassibilidade de todos nós".
BAPTISTA-BASTOS, Diário de Notícias, 02 Junho 2010
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