novembro 19, 2010

A circunstância fixe


Por um acaso sei onde estou. Ali, quase longe, um país anota as purgações de um outro que é o seu. Afinal é mesmo perto. Na grande capital, brincam-se aos políticos e às guerrinhas. Já se sabia, os grandes chefes multiplicam-se na roda à volta da fogueira, fumando o seu cachimbo em área permitida, enquanto outros treinam à manif com dia e hora marcada, antecipando placidamente o seu momento. É toda uma estrutura de ensaio, rematada nas mais singelas instâncias da simulação: todos juntos, cada um no seu (esboçado) lado da barricada. Resta-nos, um dia destes, a visita à casa de alterne crise, onde se assentam as alternadeiras cognominadas mercados. Paga-se um copo, mas nem se fode nem se sai de cima.

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