outubro 31, 2008
Novas oportunidades, benefícios e aprendizagens – estou aqui para passar o tempo e não matar ninguém: bruxo!
outubro 29, 2008
o dia a dias com o Chatwin e outros a tiracolo
Parara de chover e eu imaginava os dinossauros despreocupadamente a calcorrear a terra. Claro que relia "Na Patagónia" de Bruce Chatwin, obra que me acompanha na loucura mais desvairada dos dias, já ensebada na mochila. Retiro-a e leio, na companhia igualmente imaginária de W.G. Sebald, algures numa estação de comboios, talvez em Coimbra, talvez Milão, talvez Zurique, talvez perdido no condado de Suffolk, ou na gare de AUSTERLITZ, de qualquer modo, seguramente ainda longe da Patagónia, leio:
Parara de chover e chegara o momento de eu partir. As abelhas zumbiam à volta das colmeias do poeta. Os damascos amadureciam com a cor de um sol pálido. Nuvens de lanugem de cardo pairavam no ar, e carneiros brancos felpudos pastavam no campo.
A seguir, eu, ele, acenando ao poeta seguimos caminho: todos os dias, sem a certeza ou a relevância de sabermos a verdade, ou se por aí haverá ainda mais um SUL que nos aconchegue, nas palavras de Cendrars, a nossa tristeza.
outubro 28, 2008
aos amigos e amigas do inútil
outubro 27, 2008
leva a tua luz e agarra o meu braço
outubro 25, 2008
outubro 24, 2008
Esqueçam as compilações e concentrem-se nos epílogos românticos da nossa desgraça
Dias antes, sem piedade de nós, o sr. Wolfowitz (amigo não colorido, diga-se, de Bush), presidente do FMI, já havia pedido desculpa por algum mal entendido e favorecimento à sua namorada coloridíssima, sem contar com as borradas coloridas do açougue que representa com “intuição”.
Na padaria pouco se sabe disto. O Benfica empata na Alemanha em jornada de liga dos cavaleiros de são torcato e mais, só mesmo o sr. Magalhães que afinal é um computador coloridamente situado perto de uma roseira. O sr. Carlos, atempadamente, insurgiu-se com tamanho galanteio e falta de rigor sobre outras demandas de importância inadiável e sob protesto não bebeu o martini. Ficou-se por uma cerveja.
PS: acabo isto com um raro: José Cardoso Pires, um anjo ancorado
o caso do telegrama e de uma entrevista que não vi e depois cheguei a casa
outubro 23, 2008
"não desistem...não desistem..."
outubro 20, 2008
"nunca seremos muitos"- lido algures na baixa-mar
outubro 18, 2008
Cocteau Twins- Bluebeard
Talvez a banda com o nome mais belo de que há memória. E com algumas musicas inesquecíveis.
outubro 16, 2008
como se diz por aí…uma maneira de estar na vida
Chove (oh diabo!) e a noite é acolhida na doença da música, and i`m lost in the bottom of the world, canta o Tom Waits com permissão para voar. Provavelmente ficarei perdido cá por baixo a acabar um estudo integrado nas horas mortas acerca do vinho tinto maduro. A escolha, baratinha, quase três euros no ponto verde(?), recaiu num Porca de Murça fácil como um domingo de manhã, acompanhado pelas questões mais prementes e irreflectidas acerca dos Diários e a Carta ao Pai de Kafka, pelo menos era nisso que eu pensava enquanto verberava sobre as potencialidades musicais da net (vulgo sacadisses) e mais qualquer coisa entre pataniscas. De resto, adivinhava-se um Olimpo na inspiração divina e amadora do gato, por estes dias de nome Patoca, em semana ou mês, anti literários. Vai daí, apeteceu-me uma Bohemia fresquinha e 200 episódios da Liga dos Cavalheiros (é uma cena inglesa, se não conhecem procurem) já com domingo à tarde incluído. Este último, pasme-se, desejo não atendido.
outubro 14, 2008
sem comissão de festas
Em passagem, duas tabuletas assinalam duas viperinas filas. Toda a gente se achega à primeira que diz “fila única para trocas”, bem parecida com uma outra ”fila única para carregamentos”. Todos se acercam da primeira, “única” e “fila”, enquanto eu, observando ambas descarrego o carregador em três beatas, uma ninfeta e duas escaxadinhas. Todas analfabetas. Entretanto o Sr. João, ou Carlos, não ouvi bem, arrazoava na fila errada (e certamente vestindo o dominó errado…), aproveitando a serventia do servidor da gleba (conhecido do Sr.) atrás da portinhola de vidro. Não tinha mais balas. Simulei em guarda com a atenção num sapateiro que fazia óculos para cavalos. Mas já era noite e o hábito era uma gravata. Aprumado.
outubro 13, 2008
um processo inútil de chegar a Borges sem passar em Kafka
outubro 11, 2008
"a ascensão irremediável das lavas do sobreconsciente"
Escreveu, parece que escreveu, George Antheil, acerca do seu odradek (talvez Golem, talvez duplo, talvez uma projecção:
O inútil é belo porque é menos real que o útil, que se continua e se prolonga; ao passo que o maravilhoso fútil, o glorioso infinitesimal, fica onde está, é apenas o que é, vive livre e independente. Como a mera existência do meu odradek, que é esse alfinete que tenho diante de mim, espetado numa fita.
In “História Abreviada da Literatura Portátil”, Henrique Vila-Matas, página 54.
Ps- Dou comigo na rua (sim, parece uma rua), imaginando-me de máquina fotográfica (à minha direita) e fotografando-me.
outubro 09, 2008
Morte a(o) crédito!
Como diz o Tim sem se rir: “gosto da praia à hora das gaivotas”. Diga lá Tim?
outubro 07, 2008
A páginas tantas como diria um amigo...
O desenlace foi o habitual nestas histórias. Confusão e pragas e sangue. Continuaram a beber e o vento soprava nas ruas e as estrelas que haviam estado na cúpula do firmamento jaziam agora a oeste rente à terra e aqueles jovens desentenderam-se com outros e foram ditas palavras que nenhuma outra palavra podia emendar e ao alvorecer o rapaz e o segundo–cabo ajoelharam-se junto ao rapaz do Missouri que se chamava Earl e chamaram-no pelo nome mas ele nada lhes respondeu (…) Não há na taberna alegria comparável ao caminho que lá conduz (…).
Ao caminho, sem sebes e desertos, pode sempre comprar-se por UM euro este e outros desvarios literários. Traduções limpinhas (esta do Paulo Faria está fabulosa e é cortesia da Relógio de Água editores – o sr. até com o autor contactou). As duas obras anteriores também são aconselháveis, para dizer pouco: “ O Pêndulo de Foucault” é um livro fabuloso do Sr. Humberto Eco, com a chancela da Difel, e o anterior “ O amante” da Duras é, disseram-me (a mim a gaja sempre me pareceu uma rosca de padaria velha), para se ler. Espere, proximamente, pelos idiotas. Na revista “Sábado”, às quintas(?). Eu cá não compro a dita e passeio sem mágoa nos dias, entre sebes e outras livrarias.
outubro 06, 2008
outubro 02, 2008
The Smiths - There is a light that never goes out
Disco pe(r)dido pelo anjo inútil para dedicar a alguém muito remarkable (e de corrida) num dia que pode parecer, mas não é, igual aos outros.