O sermão para as criancinhas grandes cá no nosso “burgo” ainda vai a sair para o adro. Melancólicos (os avinhados do Eça para não saltarmos mais atrás) julgam-se por estes dias “modernos”, “informados”, “livres”, “sinceros”, “inflamados” e com abertura suficiente, parece-me, para encaixar com glória o repasto que lhes é servido, obviamente porque o merecem. O que mais me impressiona é aquele olhar perdido, húmido e fatídico usado pelas nossas criancinhas grandes nas conversas. É claro que a sua religiosidade é branda e celebrada na instalação fantasmática do sr. Eng., com as propostas adjacentes e os trabalhos a solo das recriações tranquilas, retiradas do estrangeiro e com direito a estrangeirados actuais. O culto recorda-me, para não exagerar muito, a frase bacoca de um viajante estrangeiro no Portugal de setecentos, o sr. Saussure (estes eram muito tendenciosos e “civilizados” mas às vezes…), quando este observava toscamente que os portugueses “embora completamente ignorantes, gostam de se fazer passar por sabedores”. Na padaria, uma velhinha criança, reclamava a nossa atenção para as dádivas “à banca…à banca, com o dinheiro do povo”. Já o sr. José, divagava com primor, pelas avenidas avinagradas da política. Depois da matiné do pãozinho santo recolhi-me sem demora e, contra as prerrogativas em vigor, não enlouqueci.
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Um comentário:
Absolutamente fantástico Gabriel. Para quando os teus poemas?..
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