Um conjunto inusitado de coincidências e espelhos, um encontro fortuito e inesperado com o Alfredo e, um outro não menos estranho com uma estante, levou-me, mais uma vez, à prateleira número 4 referente às obras de língua estrangeira e, por ordem alfabética, inesperadamente, à literatura espanhola. Localizei, sem delongas o Sr. Henrique Vila-Matas, por estas paragens erradamente colocado, já que se encontra disponível um pequeno espaço dedicado à literatura catalã, não necessariamente escrita em catalão, e retirei a “História Abreviada da Literatura Portátil”, edição Campo de letras de 2006, traduzida (e bem) por José Agostinho França. Não mais trabalhei. Comecei a ler.
Escreveu, parece que escreveu, George Antheil, acerca do seu odradek (talvez Golem, talvez duplo, talvez uma projecção:
O inútil é belo porque é menos real que o útil, que se continua e se prolonga; ao passo que o maravilhoso fútil, o glorioso infinitesimal, fica onde está, é apenas o que é, vive livre e independente. Como a mera existência do meu odradek, que é esse alfinete que tenho diante de mim, espetado numa fita.
In “História Abreviada da Literatura Portátil”, Henrique Vila-Matas, página 54.
Ps- Dou comigo na rua (sim, parece uma rua), imaginando-me de máquina fotográfica (à minha direita) e fotografando-me.
Escreveu, parece que escreveu, George Antheil, acerca do seu odradek (talvez Golem, talvez duplo, talvez uma projecção:
O inútil é belo porque é menos real que o útil, que se continua e se prolonga; ao passo que o maravilhoso fútil, o glorioso infinitesimal, fica onde está, é apenas o que é, vive livre e independente. Como a mera existência do meu odradek, que é esse alfinete que tenho diante de mim, espetado numa fita.
In “História Abreviada da Literatura Portátil”, Henrique Vila-Matas, página 54.
Ps- Dou comigo na rua (sim, parece uma rua), imaginando-me de máquina fotográfica (à minha direita) e fotografando-me.
Nenhum comentário:
Postar um comentário