março 31, 2009
"Mas com os pós modernos nada complicados sentimo-nos realizados"
Mais uma imagem da nossa arrebatada modernidade. A aldeia de Ruivós situada no concelho do Sabugal, ainda não dispõe, em pleno século XXI, de saneamento básico, mas faz o pleno século XXI com (a partir desta semana) a chegada da Internet sem fios à borla. De resto que vão cagar ao monte…
março 30, 2009
Abra a sua conta emigrante
Mas não apenas os taxistas e cabeleireiras, o Inútil está em condições de afirmar que também ganham bem os cortadores de carnes verdes e aprendizes de pedreiro; os ajudantes de cozinha; as senhoras de limpeza; os empregados de mesa, copa e esplanadas; barman e trolhas por conta própria; os seguranças com conhecimento de línguas (alemão e francês e algum italiano); os empregados em Hotéis a elevada altitude; os moços dos transportes e alguns das indústrias de mobiliário e montagem de tectos falsos; e os pintores. Já por exemplo os DJs de música popular portuguesa ganham melhor no Luxemburgo.
março 29, 2009
Mas em que rua fica a África do Sul?
Sueca à boleia
Não dá para fazer muito mais do que isto…Dizia ontem o Cristiano Ronaldo entre dois “penso que”. E a malta responde: pois, o problema é mesmo esse...
março 27, 2009
O que vale é que ninguém rouba livros senão…isso são coisas do Genet
março 26, 2009
Os modernos (II) : o descargo de consciência
Apesar da nossa disposição estar centrada na vacuidade encenada do enredo diário; apesar disso, o caminho desagua sempre na foz de um exemplo. Há uns tempos tínhamos uma aldeia sem electricidade ao lado de uma central eólica com capacidade de produção para alimentar uma cidade de 300 000 habitantes. Agora temos uma pilha de novas tecnologias (empapadas de incorrecções) ao lado de um canastro juncado de analfabetismo por todos os lados. E, note-se, sem qualquer referência ao vocábulo “livro”, que esse está dotado de um plano e de uma estratégia, digamos “muito próprios”. Basicamente, é como colocar berços ao lado do bidão dos plásticos.
março 24, 2009
A propósito de magia
“ O Unicórnio”, Manuel Mujica Lainez, Edição Cotovia. Tradução de António Gonçalves
A loja dos horrores
Ainda hoje, dia 24 de Março, um desmaio dos sentidos acorrentou-me, ainda que momentaneamente, à sombra da TV. Seriam 12h53m. Na RTP1 discutia-se um “drama em Aveiro”. Na SIC, umas senhoras acompanhadas de um rodapé fantástico enchiam o ecrã: “dominaram o ladrão, bateram-lhe e chamaram a policia”. Na TVI, a guarnecer um olhar consternado de ambos os apresentadores, o qual consiste essencialmente num franzir delicado da sobrancelha acompanhado de um ligeiríssimo esgar, contava-se a história do “filho da (vamos chamar-lhe assim) Florbela que morreu afogado num poço”. Tudo isto entalhado num cenário de milhares de cores berrantes.
E ainda não havíamos chegado ao Sr. Lucílio nem ao Doutor Honoris Causa, Sr. José.
março 22, 2009
É emparedar o gajo!
março 21, 2009
março 20, 2009
Os modernos
Repugna-me esta gentinha tão atreita nas insignificâncias, nos pormenores, sempre pronta a espezinhar os outros desde que devidamente aconchegada. Gente mesquinha nos seus propósitos, mas naturalmente cobarde e delatora.
março 19, 2009
Pedaços da vida inteligente no planeta azul: a canção portuguesa
Expunha o Nelinho, dirigindo-se no Porcalhoto, ao seu amigo imaginário que é afinal o café todo, após a ingestão de 20 cervejas, meio Croft e um café:
Pausa, e depois:
Uuuuh...uuuuh…uh
Pausa...
A ansiedade é que nos põe a cabeça maluca…Paris é caganeira [sobre o jogo do Braga com o PSG] …queres emigrar?, vai tu…eu inglês ou francês não aprendo…para isso temos o Algarve.
março 18, 2009
março 17, 2009
A carga pronta e metida nos contentores
Numa freguesia de Barcelos cerca de 17 crianças e adolescentes, com idades compreendidas entre 6 e 14 anos, têm aulas num contentor colocado para esse efeito no espaço do recreio. Para que conste, as crianças são de etnia cigana (normalmente são trolhas). Algumas foram recambiadas de outras escolas. O caso foi denunciado ontem nas televisões pelo próprio presidente da junta. Acresce que as aulas são ministradas apenas por dois professores e da parte da tarde para não bater com as aulas dos “outros” da parte da manhã. Esta merda deve ter um nome.
Hoje no jornal da tarde da RTP1, no intervalo das 150 ligações directas à visita do rei da Jordânia e da sua belíssima amada, princesa Rania, incluindo escolas, empresas, parques de estacionamento, casas de banho públicas e do sr. Zeller afirmando que os “dois povos são muito semelhantes”, foi avançado que a DREN, sob mando da inigualável, inqualificável e cerebralmente inepta, Margarida Moreira, informou tratar-se de um caso de “discriminação positiva”. Nada de mais, na Rússia até já houve um reality show que se passava num contentor…
março 16, 2009
Para os Açores em força…
Woody Allen,"TAKE THE MONEY AND RUN"(1969)- "Inimigo Público" na tradução portuguesa
Com isto e praticamente sem turismo de massas, pergunto se alguém me arranja por lá um emprego.
março 14, 2009
março 13, 2009
Carta registada aos (três) sportinguistas que seguem este blog – com aviso de recepção
Sucede que a juntar a tudo isto ainda se verifica uma mentalidade miserabilista e relativista. Levamos 12 mas cumprimos o objectivo dos oitavos. Fomos eliminados da taça mas vamos à final da copa da liga. Não lideramos o campeonato mas poderíamos e quem sabe, nunca, nunca se sabe, podemos ainda vir a liderar. Sofrer uns 1500 golos na liga dos campeões não é uma vergonha, será quando muito, algo para reflectir dentro do caralho do grupo. Estamos no desporto como na vida, diz sempre o pescocinhos (sr Presidente) enquanto afirma que uma bola de futebol é apenas uma hipérbole de outra de golfe, e se calhar até se joga com um taco, o que não deixa de ser verdade a julgar por alguns jogadores. Pobre e miserável não são palavras sinónimas. Mais a mais, ninguém é responsável, ninguém assume nada, e a estrutura do futebol é de um amadorismo a toda a prova.
Anos atrás alguns amigos meus diziam-me que não compreendiam como é que um clube que não ganhava nada levava tanta gente aos estádios. Eles não poderiam saber. E agora também já não interessa.
março 12, 2009
março 11, 2009
Recordação em solilóquio mudo
março 10, 2009
março 09, 2009
Estreito de Magalhães
"Se tens a 2ª classe e atrais as moscas junta-te a nós” por ”se tens o 12º ano, frequência universitária, mestrado ou afins e, naturalmente, se empolgas as moscas, junta-te a nós!"
março 07, 2009
março 05, 2009
"Posto um apelido tão a matar ao cavalo, quis também crismar-se a si mesmo"
- Hás-de saber, amigo Sancho Pança – respondeu D. Quixote – que foi costume muito usado dos antigos cavaleiros andantes fazerem aos escudeiros governadores das ilhas ou reinos que ganhavam. Por minha parte não só estou resolvido a não quebrar tão grata usança como tenciono ir mais longe. Enquanto que os meus antecessores, as mais das vezes, esperavam que os escudeiros chegassem à velhice, já quando fartos de servir e de aguentar boléus, para os galardoar com um título de conde, quando muito marquês de qualquer parvónia, eu, se Deus nos der vida, talvez dentro de meia dúzia de dias ganhe um reino com outros reinos vassalos e tu sejas coroado rei de um deles. E não te espantes, porque tais fenómenos são o pão nosso de cada dia dos cavaleiros andantes, e com toda a facilidade te poderia dar ainda mais do que te prometo.
Miguel de Cervantes Saavedra, “D. Quixote De La Mancha”, - Tradução de Aquilino Ribeiro
Está por perto
Francis Bacon, Study after Velazquez's Portrait of Pope Innocent X, 1953.
Grande exposição no Museu do Prado...
março 03, 2009
Às voltas e espreitando a janela
março 02, 2009
Os clássicos e os outros menos clássicos
O que aconteceu foi uma epifania: sofrimento; auto-flagelação; abismo; anti-heróis. Um épico ao espelho. Literatura. Ou quase. Eu diria: lenda. E para isso é preciso morrer. Nada mais será como dantes e estes anti-heróis reinventam o “eis o Sporting”. Isto também ganha cama. Cresce. Mas não se sabe onde vai dar. No sábado foi diferente com os tamanqueiros no Dragão de Komodo. Veio-me logo à memória (e a minha memória é coisa fraca e conservada em álcool) um livro de Ernst Jünger, “Tempestade de Aço”, em Alemão In Stahlgewittern (lindo este som), sobre a 1ª guerra mundial e a (sua) experiência nas trincheiras. Todavia o exemplo não me parece o mais indicado. Com efeito, os homens das trincheiras, derrotados ou vitoriosos, foram heróis dignos. Ou talvez a denominação “heróis” já não seja a mais apropriada. Talvez “vítimas” dignas fosse mais apropriado. Mas à distância dos cadáveres, preferimos sempre “heróis”. De qualquer modo no jogo de Sábado não se vislumbraram heróis ou qualquer sucedâneo, vítimas ou suplicantes, mas uma espécie de luta de galos algures num arrabalde da cidade do México. O Sporting podia ter ganho. Mas fico com a sensação que desfez a cama. E estava tão quentinho.
Adenda: com isto voaram uns bons vinte Euros, gastos na tasca em tabaco e cerveja (Bohemia, claro).