novembro 30, 2009
Ir para fora cá dentro
novembro 27, 2009
Enquanto na blogosfera se discutem amiúde política e anonimato
Eu por acaso ia a passar quando o sr. Rodrigues disse aquilo. Aquilo para aqui não interessa. De qualquer maneira decidi-me por entrar na padaria, que não sendo a outra, é sua irmã aproximada na roupagem e conteúdo, não esquecendo o jornal Record que vela com assiduidade o balcão da dita. Quanto à falta da Sãozinha, crepita por lá uma morena anafada, mas respeitadora dos pães de água e do pãozinho de saúde, que não destoa, mas faltam as senhoras empoleiradas na varanda, as manquinhas a obstruir a passage e as mesas repletas de galões com a máquina dos cigarros em cima, para dar cor ao local. Ainda não tive vagar de espreitar os martinis (nas palavras do Careca) grossos, mas lá escutei a valsa programática do fim-de-semana: sábado dá-se o caso de uma prova de vinhos e passeata entre a tasca e a porta da tasca para fumar. Depois, temos noite de gala com o Sporting-Benfica, sem o “cheirinho de outros tempos” segundo o sr.Matias que trabalha nas finanças, e que por acaso é sportinguista. Domingo, caça ao tordo e malha no salão das máquinas, para ganhar vontade para um almoço lanche ajantarado sem final à vista. Queria comprar umas senhas, mas notei a ausência de sorteios para se ganhar um presunto ou um bacalhau à casa. Aguarda-se, pelo menos, um cabaz de Natal…novembro 24, 2009
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Um novo blogue, ao que tudo indica, ainda em período de instalação, com o sugestivo nome de Diário de Um Cão, cujo canino (presume-se que seja apenas um) residente tem uma pena de se lhe tirar o chapéu. Façam favor de entrar.
novembro 22, 2009
novembro 20, 2009
Fiquei de fora
novembro 17, 2009
Nem sei que diga
primeira apresentação mundial dos...
novembro 16, 2009
Um poema de um poeta às vezes lembrado
"Onde é que te nasceu" – dizia-me ela às vezes –
"O horror calado e triste às coisas sepulcrais?
"Porque é que não possuis a verve dos Franceses
"E aspiras em silêncio os frascos dos meus sais?
"Porque é que tens no olhar, moroso e persistente,
"As sombras dum jazigo e as fundas abstracções,
"E abrigas tanto fel no peito, que não sente
"O abalo feminil das minhas expansões?
"Há quem te julgue um velho. O teu sorriso é falso;
"Mas quando tentas rir parece então, meu bem,
"Que estão edificando um negro cadafalso
"E ou vai alguém morrer ou vão matar alguém!
"Eu vim – não sabes tu? – para gozar em Maio,
"No campo, a quieteação banhada de prazer!
"Não vês, ó descarado, as vestes com que saio,
"E os júbilos que Abril acaba de trazer?
"Não vês, como a campina é toda embalsamada
"E como nos alegra em cada nova flor?
"Então porque é que tens na fronte consternada
"Um não sei quê tocante e de enternecedor?
E eu só lhe respondia: - "Escuta-me. Conforme
"Tu vibras os cristais da boca musical,
"Vai-nos minando o tempo, o tempo - o cancro enorme
"Que te há-de corromper o corpo de vestal.
"E eu calmamente sei, na dor que me amortalha,
"Que a tua cabecinha ornada à Rabagas,
"A pouco e pouco há-de ir tornando-se grisalha
"E em breve ao quente sol e ao gás alvejará!
"E eu que daria um rei por cada teu suspiro,
"Eu que amo a mocidade e as modas fúteis vãs,
"Eu morro de pesar, talvez, porque prefiro
"O teu cabelo escuro às veneráveis cãs!"
"Ironias do desgosto", Cesário Verde, Lisboa, 1874.
novembro 15, 2009
É definitivo: passou a chamar-se sportingue
novembro 14, 2009
Sportingueee
Enquanto degustava um filete de solha panado em farinha e ovo, acompanhado galantemente de arroz branco e salada de alface e de um tinto reserva de porte grosseiro a dar com o preço recomendado, assisti placidamente a mais um momento musical da autoria da selecção portuguesa sob a batuta do inenarrável prof. Queirós. Nada a obstar, recapitulando uma exibição de fino teor de lugares comuns, atravessando solenemente este fim-de-semana de horrores futeboleiros com passagens artísticas que começaram dias atrás na chafurda sportinguista a ruminar um profissionalismo de casa de putas semi-ambulante. O denominado projecto roquette, ele mesmo uma ideia ambulante e dissimulada sem qualquer afecto digno (sequer) de uma revista cor-de-rosa, trouxe-nos à fronteira do abismo com direito a montra de vaidades e projecção de egos para a eira. O bom ar dos intervenientes não apenas ressalva a sua condição de gente de bem como assegura a multiplicação da prole por muitos anos, e seguramente (como bons profissionais), augura algo de positivo num quadro de trabalho problemático e condicionado por factores, entre outros, exteriores e alheios…e exteriores e alheios.Como diria (ainda hoje) um jornalista da TVI, “dá-me ideias”; a mim dá-me ideias que está tudo fodido no Sportingue. Spooortingueee!
novembro 13, 2009
É outra vez aquela coisa das “lavas do sobreconsciente”
novembro 11, 2009
Desencontros
Num desses intermináveis passeios que me costumam aconchegar os dias, dei por mim num local já largamente fora da cidade onde, para todos os efeitos, eu era um incógnito num sítio desconhecido. “Que boa oportunidade para desaparecer”, pensei então, recordando o escritor Andrés Pasavento que à chegada a Sevilha aproveita que um homem de fato às ricas apanhe o seu táxi para desaparecer, supostamente sem deixar rasto, convertendo-se no Doutor Pasavento, descobrindo depois que ninguém deu pela sua falta. Nesse romance, Doutor Pasavento, Enrique Vila-Matas recorda Robert Walser, esse grande escritor, desaparecido toda a vida, e que depois de entrar no manicómio de Herisau na Suiça, nunca mais escreveu, preferindo dar uns intermináveis passeios solitários, até que a morte chegou num dia de natal precisamente durante um deles. Pensei na encruzilhada de caminhos que por vezes se cruzam sem, provavelmente, nós sequer notarmos. Curiosamente, quando voltava, veio-me à cabeça, não sei bem porquê que, se uns desaparecem outros simplesmente não aparecem. Um exemplo dos que não aparecem é visível na ausência (neste caso penso que notada) de Obama durante as comemorações da queda do (tal) muro da vergonha em Berlim. Talvez por vergonha. Um desses muros (da vergonha), embora travestido de (supostas) boas intenções cresce a olhos vistos na fronteira dos E.U.A com o México. Outros erguem-se como cogumelos sempre imbuídos de um espírito altruísta e não segregador: na fronteira de Israel com a Palestina; no Rio de Janeiro; nos gigantescos condomínios fechados adornados de arame farpado em São Paulo; entre as duas Coreias; na ilha de Chipre e aqui ao lado em Ceuta, entre outros. Estuguei o passo com receio que não dessem pela minha curta ausência. Todavia, desaparecer neste mundo em que cada muro tem um significado distinto pareceu-me então uma excelente ideia. novembro 09, 2009
novembro 07, 2009
Nós por cá ainda ficamos com o Bento da mercearia
novembro 06, 2009
Qual é a coisa qual é ela: arrogância num leito de imbecilidade?
Finalmente foi-se.É seguro que arranjará (se é que já não arranjou) um nenúfar propício às suas qualidades.
Estou a ficar farto: é o Público é o Sporting é o estado da tijoleira da cozinha
Ivone Rocha (advogada); Pedro Rosa Ferro (economista); José Assis (advogado). Eis o Espaço Público do jornal Público. A opinião, pois claro. Acresce um editorial sem erros ortográficos, correctíssimo, do ponto de vista da rectidão e do correcto, devidamente não assinado e lavrado por todos os silêncios que o acompanham. É claro que temos o resto do jornal, cada vez mais apagado e menos buscão. Temos a avançados ( e em idade avançada) o Vasco Pulido Valente, o (agora sóbrio) Esteves Cardoso, e (por enquanto) o Bartoon do Luís Afonso. Hoje aqui a carcaça inchou um euro e cinquenta pelo pasquim. Valha-nos alguma (cada vez mais rara) literatura no Ipsilon. Dava um conto para a liga de defesa dos leitores para que voltasse o Mil Folhas. O suplemento e o bolo.
novembro 05, 2009
A caminho
“Doutor Pasavento”, Enrique Vila-Matas, Teorema (pp. 59)
novembro 04, 2009
E eu que pensava que ele já tinha morrido
Morreu o Claude Lévi-Strauss, o tal que a tal pensava que era o gajo das calças. Tinha 100 anos, e esta terra já não o merecia. É desta, Tristes Trópicos. É desta.
Tendências

Adenda: (Case studies) sucatas case; freeport case; sobreiros case
