Depois de andar dias e dias a pensar na vida, que é como quem diz na morte da bezerra, ainda assim não vislumbrei qualquer nuance gratuita do tipo “vi a luz” ou “não sei bem o que foi, foi uma força”, elementos indispensáveis ao desenvolvimento de novos projectos; dinâmicas, por assim dizer, internas, mas potenciadas por algo exterior (a elas). Aconteceu-me uma vez, estava eu deitado na cama quando me deu um vaipe, um feixe de luz que cintilava junto à carpete (uma situação vivida também por aqueles gajos que avistam objectos não identificados, potencialmente extraterrestres, mas não o conseguem depois provar - é mais ou menos como a cena do processo face oculta), e cuja trombada (para utilizar uma expressão minhota de cariz não sexual), me levou dias mais tarde a matricular-me num curso universitário (mais um), geneticamente adaptado ao desemprego e áreas adjacentes. Muito depois, ia eu a pensar nisso, quero dizer nessa treta de ver luzes e elas sempre anunciarem algo de positivo, ou espiritualmente dinâmico, quando, ao pontapear uma pedra junto à casa do Marinho, uma luz arremessou-se como um lençol pequenino insinuando logo ali um germe de ideia que logo desaguaria num projecto. Coincidência. Ainda por cima tinha descoberto no mesmo dia que um tipo qualquer estava a ler o mesmo livro que eu, livro esse que falava sobre estranhas coincidências...
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