Chegou quase a custo zero e já treinou. Temos informações sobre outros possíveis reforços mas, como é sabido, prognósticos só no fim do jogo. Ou até mais tarde.
dezembro 30, 2014
dezembro 29, 2014
dezembro 25, 2014
dezembro 22, 2014
dezembro 21, 2014
dezembro 18, 2014
A alma do rufia a rasgar-se
De onde venho?
Sou Antonin Artaud
e basta que eu o diga
Como só eu o sei dizer
e imediatamente
hão de ver meu corpo
atual,
voar em pedaços
e se juntar
sob dez mil aspectos
diversos.
Um novo corpo
no qual nunca mais
poderão esquecer.
Eu, Antonin Artaud, sou meu filho,
meu pai,
minha mãe,
e eu mesmo.
Eu represento Antonin Artaud!
Estou sempre morto.
Mas um vivo morto,
Um morto vivo.
Sou um morto
Sempre vivo.
A tragédia em cena já não me basta.
Quero transportá-la para minha vida.
Eu represento totalmente a minha vida.
Onde as pessoas procuram criar obras
de arte, eu pretendo mostrar o meu
espírito.
Não concebo uma obra de arte
dissociada da vida.
Eu, o senhor Antonin Artaud,
nascido em Marseille
no dia 4 de setembro de 1896,
eu sou Satã e eu sou Deus,
e pouco me importa a Virgem Maria.
dezembro 17, 2014
dezembro 16, 2014
dezembro 09, 2014
dezembro 08, 2014
dezembro 05, 2014
dezembro 02, 2014
Hey student
Os Fall são Smith mais quem calhar tocar com ele. É impossível conhecer
todas as formações. A matemática ainda não avançou o bastante para exprimi-las.
Smith não gosta de músicos (nem é perdido de amores pela música): é um homem de
letras que escolheu perder-se - e ser protagonista - num mundo de antagonistas.
É um herói.
(daqui)
novembro 27, 2014
Últimas aquisições (ainda antes da abertura da janela do mercado de inverno)
Não há nada como uma boa prospecção. Com a chancela da defunta Teorema (1994), não sei se existiu mais alguma edição posterior de outra editora, mas duvido. Uma pechincha. Mais um Schwob para juntar à estantina.
Diz que é uma história verdadeiramente triste e horrível. Um conto de horror inusitado.
Selfie made man
Escher, Auto-retrato (1935)
¿Qué hay en una selfie? Seguramente, un gesto de autoafirmación
por parte de quien se autocaptura. Pero no siempre fue así. Para comprobarlo
basta acercarse estos días en París a la Galerie de France (54 rue de la
Verrerie), a una exposición de autofotografías del escritor polaco Stanislaw
Ignacy Witkiewicz (1885-1939). Allí están, en Visages photographiés de près,las
imágenes ya casi legendarias que se tomara a sí mismo Witkiewicz acercando
muchísimo la cámara a su propio rostro, o bien acercándola al de alguno de sus
amigos, como Artur Rubinstein, convencido el escritor como estaba de que la
cámara le permitiría entrar, sin ninguna interferencia, en las profundidades
del inconsciente (...)
novembro 26, 2014
novembro 24, 2014
Pensamento do dia já vai longo
Conscientemente,
Sócrates ensinou: Conhece-te a ti próprio! Mas como posso conhecer-me a mim
próprio se sou simultaneamente o que conhece e o que deve ser conhecido?
Alfred Döblin
novembro 20, 2014
- Mostre onde é. Com o dedinho.
Ao clamor do muezim no alto do minerete, ela
se prostra na direcção de Meca. Aos olhos ofuscados do profeta a lua cheia em
dobro, a lagarta da seda no seu casulo, o cascão branco do rugoso calcanhar.
Dalton Trevisan, Paixão e Agonia da Cigarra (in "A Trombeta do Anjo Voador")
novembro 15, 2014
novembro 14, 2014
novembro 13, 2014
novembro 09, 2014
Fabulosa aquisição (e a baixo custo)
Em suma, oferece-se-nos uma irradiação complexa, simultaneamente sob o signo da aventura, da cultura de facetas múltiplas, e do dinheiro de astúcias inúmeras...
novembro 08, 2014
novembro 07, 2014
novembro 04, 2014
Mas o esquecimento não é o outro nome da liberdade
Somente a terra conhecida, medida, cadastrada,
foi retalhada pelas gentes da Europa: roubou-se por toda a parte, como num
bosque; os paraísos são empresas comerciais de cobalto, de amendoim, de borracha,
de copra; os selvagens virtuosos são clientes e escravos; os padres de todos os
deuses brancos puseram-se a converter os idólatras, os fetichistas, a
falar-lhes de Lutero, e da Virgem de Lourdes, a levantar-lhes as calcinhas de
Chez Esders. Com a Eucaristia, veio o trabalho forçado de Brazaville-Océan.
Assim se reduziram ao silêncio aqueles mesmos de quem os nossos pais esperavam os
segredos. Tudo bem: a prece e o absinto entram na liça (…)
novembro 03, 2014
O professor lá saberá
Eduardo Galeano cita no seu livro "Patas arriba. La
escuela del mundo al revés” uma frase escrita num muro de uma cidade, muito
apropriada: Há um país diferente, em
algum lugar… [tradução livre]
[existe uma edição portuguesa do livro que não tenho: "De pernas para o ar. A escola do Mundo às avessas", da Caminho]
[cuidado]
novembro 01, 2014
outubro 30, 2014
O tempo da outra senhora?
Em causa, está um ensaio visual, da autoria do sociólogo Ricardo Campos, com fotografias de grafites espalhados pela cidade de Lisboa que expressam o descontentamento em relação ao Governo e políticas de austeridade e outros agentes económicos, como presidentes de instituições bancárias.
(ensaio / visual)
(ensaio / visual)
outubro 29, 2014
outubro 27, 2014
Tudo ameaça com a ruína um jovem
A busca dessa primeira frase grandiosa, de que nos
fala Sam Savage no início de "Firmin", a procura (e já agora o encontro) do grande
começo, nem sempre desagua num romance inesquecível ou num grande livro. Tem
dias. Para mim o grande começo: Hoje a
mãe morreu. Ou talvez ontem, não sei bem, de “O Estrangeiro” de Albert
Camus, indicia e antecipa o grande livro. Eu
tinha vinte anos e não permitia que ninguém dissesse ser essa a mais bela idade
da vida, assim é o início de “Aden-Arabia” de Paul Nizan, publicado
originalmente em 1932, dando-nos logo vontade de passar para a frase seguinte e
nunca mais parar. Será assim?
outubro 26, 2014
Era o que pensava ter dito, mas estava mudo
Sabeis que uma palavra, mesmo pronunciada no coração da
floresta mais profunda, não permanece lá imóvel, sobretudo quando
escrita ou mesmo dita a outros (…)
Ivo Andric, "O Pátio Maldito".
Periódico La Pelota
Das duas três: ou a bola mudou de país (buena suerte), ou o burgo agora é uma província de Espanha. Exigimos um referendo.
outubro 25, 2014
outubro 24, 2014
outubro 23, 2014
É inútil, muito obrigado
Eu estimo sobre tudo
os teus olhos incolores
as tuas mãos inúteis,
a tua boca verde
Eu falo somente dos
relógios caídos, dos autocarros
Eu falo somente dos
pés vermelhos
Eu falo... eu falo...
eu falo...
No vigésimo século as
nuvens são árvores
e os pássaros mais
pequenos grandes paquidermes
Sim, é verdade, os
cabelos loiros
Então, meia-noite!
Senhora, se me dá
licença, este dia acabou
por este dia
simplesmente
A criança é porca, é
inútil
Muito obrigado.
António Maria Lisboa, "Varech"
outubro 22, 2014
Ya ni gavaryú pa-rússki
Gazprom 4 - Sporting Clube de Portugal 3
Ontem ficamos a saber que bola na cara dentro da grande área é penalti. A sorte é que não
dá direito a cartão. Caso contrário, ainda expulsavam o Silva por não colocar a
cara atrás das costas. Devemos então estar satisfeitos: apenas o Maurício foi
expulso, depois de ter piscado o olho a um adversário de forma lasciva; um dos
golos do chalca não é precedido de fora de jogo porque o jogador ainda se
encontrava dentro do campo embora desposicionado;
os árbitros na Rússia têm tendência a apitar contra equipas cujo equipamento é
da cor de um dos cartões. De resto, já se sabia que a liga dos cabrões não é
para pobres ainda que estes tenham algumas histórias a contar. O facto de a
equipa de arbitragem e um dos patrocinadores do chalca e da liga dos cabrões
serem russos, não nos remete para a arrecadação dos incrédulos, não, apenas
confirma que a história, ou as histórias, também se compram.
outubro 21, 2014
No seu trágico desespero arrancava brutalmente os cabelos da sua peruca*
Confirma-se, Portugal é só cenário. O nosso país
é como aquelas cidades falsas de Hollywood, onde filmavam os western. Vai-se a
ver e, por trás, não há nada, e está tudo equilibrado com umas estacas. Nem as
balas são verdadeiras. Ninguém morre mesmo. Voltam sempre a aparecer. O BES era
uma fortaleza de cartão. O Salgado um génio das finanças com traseiras de Dona
Branca. Zeinal Bava, um dos "premiados melhores gestores mundiais",
não aguentou uma auditoria para se transformar num Godinho Lopes das
telecomunicações.
(* frase
sacada de um epigrama de Carlos Díaz Dufoo [filho] – in "Bartleby & Companhia" de
Vila-Matas)
[Marilyn]
Acordar com isto a tamborilar na cabeça
You're the
buyer or the seller
Makes you
want what you can have
I'm glad I
made you cry
Makes you
go where you can't go
Makes you
want what you can't have
Desire
Don't
think, don't think, don't think
Don't
think, don't think, don't think
Go buy, go
buy, go buy
Don't
think, don't think, don't think
Go buy, go
buy, go buy
Don't
think, don't think, don't think
Don't
think, don't think, don't think
Buying the
moment
Sometimes I
want to die in my bed
All I can
think about is when are we leaving
Every time
I think of you I want a cigarette
Man chooses
himself
Hero with a
thousand faces
It's the
third night and the walls are shaking
Boys buying
boys
Pleasure bringing
pain it's all the same
I put my
hand by my mouth
So I know
I'm still breathing
So we joked
about the TV set
Calling in
the eye of hell
I would
love to have people see what I see
I would
love to be a pillar of strength in my community
A little
order a little grace
Something
new to fill up this place
Live
thousand lives by picture
Mark this
song is for you
Don't think
Go buy
I'm a lousy
lover I give and never take
Makes you
go where you can't go
Makes you
want what you can't have
Makes you
want what
You can't
have what
Makes you
want what
You can't
have what
Makes you
want what
You can't
have what
Makes you
want what
You can't
Can't have,
can have
Can't have,
can have
Can't have,
can have
Can't have,
can have
Can't have
Live a
thousand lives by picture
Live a
thousand lives by picture
Live a
thousand lives by picture
Live a
thousand lives
Live a
thousand lives by picture
Live a
thousand lives by picture
Live a
thousand lives by picture
Live a
thousand lives
Live a
thousand lives by picture
Live a
thousand lives by picture
Live a
thousand lives by picture
Live a
thousand lives
Tuxedomoon, "Desire".
outubro 18, 2014
Tudo depende do que quiserdes ver...
Três buchas na fruteira. E agora, de enfiada, um arrozinho de polvo acompanhado de um tinto alentejano a fingir que é encorpado. Fabuloso. Com licença.
outubro 17, 2014
Retratos imaginários
Em geral os biógrafos acreditaram, infelizmente,
que eram historiadores. E assim nos privaram de retratos admiráveis. Acharam
que só a vida dos grandes homens podia interessar-nos. A arte é estranha a
estas considerações. Aos olhos do pintor, o retrato que Cranach fez de um homem
desconhecido tem tanto valor como o retrato de Erasmo. Não é graças ao nome de
Erasmo que esse quadro é inimitável. A arte do biógrafo seria dar o mesmo preço
à vida de um pobre actor e à vida de Shakespeare. É um baixo instinto, o que
nos dá prazer quando notamos o encurtamento do esterno-mastoideu no busto de
Alexandre, ou a madeixa da testa no retrato de Napoleão.
Marcel Schwob
("Vidas Imaginárias")
[retratos]
outubro 13, 2014
outubro 12, 2014
Lá calhou de amanhecer assim
Aconteceu-me com os Sigur Rós o
mesmo que com o Devendra Banhart: deixei de os conseguir ouvir. Só a espaços.
Hoje foi um deles. Recordo-me de ouvir o "Untitled" (2002) e depois o
“Takk” (2005), deitado no quarto às escuras, talvez inventando as letras, quem sabe
percebendo que não tinha importância nenhuma. Depois a banda ainda tentou mudar
de galho mas sem sair da mesma árvore. Com o Devendra foi diferente, este saltou,
mas algo se perdeu no caminho.
outubro 11, 2014
outubro 10, 2014
"A realidade é como um chulo drogado"
(Giuseppe Arcimboldo, Outono)
De repente, segundo exprimiu a testemunha,
os cães puseram-se a tremer, como se tivessem farejado um tigre ou um urso.
Mas, como aqui não há tigres nem ursos, imaginei que tinham farejado o fantasma
de um tigre ou de um urso. Conheço os meus cães e sei que, quando começam a
tremer e a rosnar é por alguma coisa justificada. Fiquei com curiosidade, por
isso, depois de dar pontapés aos cães para se portarem como machos, dirigi-me
decididamente para o regato.
Roberto Bolaño (“2666”)
outubro 06, 2014
outubro 05, 2014
Por acaso até acordei tarde e a más horas...
não sei se alguém ainda se recordará, mas vivemos numa República e hoje é dia 5 de Outubro, não?
mais exemplos...
mais exemplos...
Grande noite na TOCA com os Mão Morta... e arredores
acabou com esta:
e depois isto:
[sem gravações e afins que o Inútil foi lá para ver o concerto]
(TOCA aqui)
outubro 03, 2014
Creio que não creio
no creo en la vía violenta
me gustaría creer
en algo pero no creo
creer es creer en Dios
lo único que yo hago
es encogerme de hombros
perdónenme la franqueza
no creo ni en la Vía Láctea.
Nicanor Parra, “No Creo en la vía
pacífica”
outubro 02, 2014
outubro 01, 2014
Passadeira vermelha
Uma coisa é certa, aqueles
comentadeiros do jogo de ontem transmitido pelo pasquim televisivo TVI têm
futuro assegurado como valets de
Mourinho (a continuação do bom trabalho poderá ainda dar direito a um estágio na tv
do carnide lamparinas).
setembro 29, 2014
setembro 28, 2014
setembro 25, 2014
Grande aquisição (fora do mercado de transferências)
A respeito destas coisas, as Histórias continuam mudas.
Sempre quis fazer parte desta grande família que é a Estantina Inútil - afirmou um Schwob visivelmente emocionado. Já lá se encontrava, bem o sei, o "Coração Duplo" (Vol.1 e 2), mas não poderia nunca admitir um "Vidas Imaginárias" em formato digital (como é que se diz, em PDF?), ainda por cima, em espanhol - acrescentou Schwob, enquanto se arranjava na prateleira.
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