março 31, 2014
março 30, 2014
Sabe, também se pode ser avaro com o próprio corpo...
E assim cheguei a uma parte muito importante desta alegoria, sobre um incêndio
numa livraria. Parecia-me tão importante que tudo o mais que escrevera até
então não significava nada em comparação com aquilo. Ia justamente formular a
ideia de que não se tratava de livros que ardiam, mas sim de cérebros, cérebros
de pessoas, e ia recriar uma verdadeira noite de S. Bartolomeu, em torno desses cérebros incendiados, quando, de repente (…)
Knut Hamsun ("Fome").
A capa até escaparia, não fosse a
frasezinha caída do céu (arrancada à má fila ao Thomas Mann), não fosse a menção
ao nobel, não fosse a referência garrafal ao prefácio do Auster com direito a primeira página mais treze lá dentro, a
fazer inveja ao Sarte na arte de reescrever o livro que se prefacia. Três
autores, só na capa, a auxiliarem o moço entre as árvores. Lá dentro, antes do
livro do Knut, sobra o Artaud, quando este escreve:
Aquilo que é
importante, parece-me, não é tanto defender a cultura, cuja existência nunca
impediu um homem de passar fome, mas sim o extrair daquilo que se chama
cultura, ideias cuja força motivadora seja idêntica à da fome.
O Auster deveria ter ficado por aí, na citação que faz do Artaud.
março 26, 2014
Come up and see me
Isto, que não é pouco, andou por aí, e eu devo ter ido trabalhar, ou quase. De qualquer maneira...longe, para não variar.
março 23, 2014
março 22, 2014
março 21, 2014
Tourada de anões
Não perca o novo secret story : viver mais tempo para ter a
possibilidade de um desemprego mais longo, sem dinheiro nenhum no bolso...és capaz?
(foto GP)
março 18, 2014
E apressou-se a ironizar para encobrir a nudez do vício
– A poesia é como o sol que faz crescer as
eternas florestas e que gera culicídeos, mosquitos e melgas – disse Blondet. –
Não há virtude que não venha acompanhada de um vício. A literatura também gera
livreiros.
Balzac ("Ilusões
Perdidas")
[fotograma de os 400 Golpes de Truffaut]
[fotograma de os 400 Golpes de Truffaut]
março 16, 2014
março 15, 2014
A Oeste nada de novo (ibidem)
Entretanto, depois do Sr.
Gonçalves e do Sr. Rendeiro, o fundador do BPN, Sr. Oliveira e Costa, entre outros, também solicitaram
a sua prescrição como beneméritos da ordem da nossa burrice, com o beneplácito dos
nossos bolsos...vazios.
março 13, 2014
março 11, 2014
março 10, 2014
Todo o reincidente leva já em si o reabilitante?*
Não sei se repararam na
interrogação ao lado do leão? Não? Na verdade não é visível, de todo. Atentemos
então na do título. Um tipo sai de casa a meio da tarde de domingo, deixa um
livro e alguns pensamentos daqueles alienígenas para trás, toma banho mais cedo
(não necessariamente por esta ordem), encontra a malta e começa a sportingar, meio
caminho andado para um pacemaker, isto sem contar com os apitos. Vai daí começa
o jogo, na verdade uma cena embrulhada em papel de batatal, chuta daqui e dali,
marcamos logo um golo prontamente invalidado pelo apito e percebemos que o que
se passava ali tinha um argumento, daqueles rapetas, previsível, com todas as
mesmices que se impõem a filmes de merda, mas ainda assim um argumento, cuja única
ideia verdadeiramente apalavrada com o cérebro seria: a equipa das listas
verdes e brancas horizontais, neste caso vestida de tapete da páscoa à paisana
pendurado à janela, não pode ganhar o jogo, ok? Em caso destes não nos resta outra
alternativa do que pedir uma cerveja embrulhada em cigarros. Foi o que fizemos.
Quando até um Pravda ou outro lhes reconhece o talento, quer dizer que está
tudo encaminhado, não?
[*frase título sacada de um cena do Cortázar, sem interrogação, e brisa leonina].
março 09, 2014
março 08, 2014
março 06, 2014
Em breve no tasco, com língua à casa
Começa assim:
Cuanto más de
vanguardia es un autor, menos puede permitirse caer bajo ese calificativo. Pero,
¿a quién le importa esto? De hecho, mi frase tan sólo es un mcguffin y tiene
poco que ver con lo que me propongo contar, aunque podría ser que a la larga
todo lo que cuente acerca de mi invitación a Kassel y posterior viaje a esa
ciudad termine por desembocar en esa frase precisamente.
Como algunos saben, para explicar qué es
un mcguffin lo mejor es recurrir a una escena de tren: “¿Podría decirme qué es
ese paquete que hay en el maletero que tiene sobre su cabeza?”, pregunta un
pasajero. Y el otro responde: “Ah, eso es un mcguffin”. El primero quiere
entonces saber qué es un mcguffin y el otro le explica: “Un mcguffin es un
aparato para cazar leones en Alemania”. “Pero si en Alemania no hay leones”,
dice el primero. “Entonces eso de ahí no es un mcguffin”, responde el otro.
El mcguffin por excelencia es El halcón
maltés, el film más charlatán de toda la historia del cine. La película de John
Huston narra la búsqueda de una estatuilla que fue el tributo que los
Caballeros de Malta pagaron por una isla a un rey español. Se habla muchísimo,
sin parar, en el film, pero al final el codiciado halcón por el que tantos
incluso habían asesinado resulta ser sólo el elemento de suspense que ha
permitido avanzar a la historia.
março 04, 2014
Ninguém leva a mal
Diz que mais ao fundo é difícil...mas não tarda e aprendemos a respirar debaixo de água, não?
[bota som]
[bota som]
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