
Na ignorância antiga, chamemos-lhe assim, os que eram ignorantes
queriam que os filhos deixassem de o ser. Havia a consciência da ignorância ser
má. Hoje há uma ignorância agressiva, falsamente igualitária e é uma das razões
porque cresce a pseudociência. Cresce a pseudociência, o desprezo pela
privacidade, pelas mediações, pelo jornalismo — analisar um facto não em bruto
mas mediado por um saber que lhe dá contexto. Estão contra a mediação do saber
académico. (...) Como se pode ser melhor preparado sem ler? Há gente que faz
cursos universitários sem ler. Dizem que lêem no computador. Uma treta. Ainda
estou à espera que alguém leia Guerra e Paz no computador ou num telemóvel. Há
muita complacência, muita cedência à ignorância e os resultados estão à vista.
O aumento de partos em casa com más condições, o mito do nascimento natural com
mortes, não tomar vacinas ou medicamentos, a substituição de tratamentos por
mezinhas, ir ao curandeiro em vez de ir ao médico. 
(diz JPP aqui)
 






 
 
 
 
 
![Todo o anjo é terrível [e inútil]](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivB2RT9zXGYxO98QtwwIeD9BVq50oIcmvjPxm4excvozNB2t_pxRU7AuoK7v7EoD4377hxQPzUVwDcFDoqA0vmgXSfsVo-z-eqMIaNnkvYbEYQlCJhiUC3cmmbR9k0uIT8oRWdK1gxuIY/s220/Anjo.jpg)