Na ignorância antiga, chamemos-lhe assim, os que eram ignorantes
queriam que os filhos deixassem de o ser. Havia a consciência da ignorância ser
má. Hoje há uma ignorância agressiva, falsamente igualitária e é uma das razões
porque cresce a pseudociência. Cresce a pseudociência, o desprezo pela
privacidade, pelas mediações, pelo jornalismo — analisar um facto não em bruto
mas mediado por um saber que lhe dá contexto. Estão contra a mediação do saber
académico. (...) Como se pode ser melhor preparado sem ler? Há gente que faz
cursos universitários sem ler. Dizem que lêem no computador. Uma treta. Ainda
estou à espera que alguém leia Guerra e Paz no computador ou num telemóvel. Há
muita complacência, muita cedência à ignorância e os resultados estão à vista.
O aumento de partos em casa com más condições, o mito do nascimento natural com
mortes, não tomar vacinas ou medicamentos, a substituição de tratamentos por
mezinhas, ir ao curandeiro em vez de ir ao médico.
(diz JPP aqui)
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