abril 18, 2020

Isolamento (XX)


Entretanto, na página duzentos e trinta e um (edição Europa- América, 1973 – a coisa já vem daqui), de “O Zero e o Infinito”, duzentas e trinta páginas de amarelecimento (também já li as restantes, incluindo o posfácio, e comprova-se esse amarelecimento macilento das páginas) depois, Arthur Koestler escreve: havia um erro no sistema; talvez residisse no preceito que até agora considerara incontestável, em cujo nome sacrificara outros e estava ele próprio a ser sacrificado: no preceito de que o fim justifica os meios. Fora esta frase que liquidara a grande fraternidade da Revolução [assobios para o ar] e os transformara a todos em loucos furiosos. Que escrevera ele no diário? «Atiramos borda fora todas as convenções; o único princípio que nos guia é o da lógica consequente; navegamos sem lastro moral.» Estivemos a rondar a decomposição aqui e ali. E noutros locais certamente.  

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