janeiro 28, 2020

Imbecis, demasiado imbecis



Vamos bem. A malta não sabe escrever, o vocabulário está ao nível de um Australopiteco bebé e a comunicação faz-se, normalmente, por intermédio de uma palhinha digital. A língua serve, e bem, para massajar unidades anatómicas alheias, as estações do ano continuam a fazer parte do programa eleitoral das festas, assim como o português consta de um ensino remotamente conhecido como escola. Mas tudo isso é igual ao litro. O que não se pode aceitar é a falência do último reduto da linguagem: os palavrões e as asneiras, a escatologia que nos anuncia o fim. Filho da puta aparece-nos por aí nesse novo mundo como FdP, ou filho da p****, ou pior, sarapintado com lagartos e unicórnios. O velhinho foda-se surge como fonix, ou f*****, ou parecido. O vai para o caralho já teve o seu tempo, agora nem sequer é carvalho, vai no asterisco ou, na melhor das hipóteses, com uma camada de símbolos remotamente animais. Nada disto se relaciona com a língua, a vergonha, ou mesmo com a educação. Vivemos um tempo de reciclagem do cérebro, camuflado por cortinados ambientais e sociais. O politicamente correcto evolui para o politicamente imbecil. Puta que os pariu é pouco. Com as letras todas, pelo menos torna-nos humanos. Demasiado humanos?

janeiro 25, 2020

janeiro 24, 2020

Coisas que se vão ouvindo por aí: Moaning



A música ainda anda de mão em mão. Desta vez saiu da rádio, através do Indiegente, passou por ouvido atento e aterrou aqui. E o movimento é imparável...

janeiro 19, 2020

Livra

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Casamentos por interesse normalmente acabam assim. Rui Tavares, um homem que conhece a história e anda na política há algum tempo deveria sabê-lo. O Livre viu em Joacine uma porta de entrada no eleitorado afro-descendente da cintura urbana de Lisboa. Joacine viu uma porta entreaberta para se passear na política com as suas ideias que ninguém sabe bem quais são. Nem interessa. O Livre  dava assim um toque africano à sua (suposta) matriz eco-libertária-socialista democrática e europeísta (é mais ou menos isto que eles dizem no Expresso). Ninguém se preocupou em discutir o assunto. Depois do foguetório inicial, as comadres foram cada uma para o seu lado, onde, aliás, sempre estiveram. Aposto que vamos ter partido novo. Eco, libertário, democrático, vegan, com raízes africanas, asiáticas e saloias. Nada disto é para se levar a sério.

O rapaz que sonhava com uma lata de gasolina e um fósforo


Voltei a Stieg Larsson. Decidi desopilar mais uma vez. 

janeiro 06, 2020

Releituras e vertigens



Estava elegante, asseado, barbeado e sóbrio, e não me importava que se notasse. Estava como um detective privado bem vestido devia estar. Ia visitar quatro milhões de dólares. 

Motorama - Devoid of color



Dei por mim a correr com isto. Não posso contar o resto. "Devoid of color" faz parte do álbum "Many Nights" (2018). O melhor é ouvirem tudo.

janeiro 03, 2020

On the wall



Os Chromatics a tocar os Jesus and Mary Chain: I'm like the clock/On the wall. E assim se passam os dias. E os anos. Nada de novo? 

Unlike the mole

I'm not in a hole
And I can't see anyway