Vamos bem. A malta não sabe escrever, o vocabulário
está ao nível de um Australopiteco bebé e a comunicação faz-se, normalmente,
por intermédio de uma palhinha digital. A língua serve, e bem, para massajar
unidades anatómicas alheias, as estações do ano continuam a fazer parte do
programa eleitoral das festas, assim como o português consta de um ensino
remotamente conhecido como escola. Mas tudo isso é igual ao litro. O que não se
pode aceitar é a falência do último reduto da linguagem: os palavrões e as asneiras, a escatologia que nos anuncia
o fim. Filho da puta aparece-nos por
aí nesse novo mundo como FdP, ou filho da p****, ou pior, sarapintado com
lagartos e unicórnios. O velhinho foda-se
surge como fonix, ou f*****, ou parecido. O vai
para o caralho já teve o seu tempo, agora nem sequer é carvalho, vai no
asterisco ou, na melhor das hipóteses, com uma camada de símbolos remotamente
animais. Nada disto se relaciona com a língua, a vergonha, ou mesmo com a
educação. Vivemos um tempo de reciclagem do cérebro, camuflado por cortinados
ambientais e sociais. O politicamente correcto evolui para o politicamente
imbecil. Puta que os pariu é pouco.
Com as letras todas, pelo menos torna-nos humanos. Demasiado humanos?
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