Cheguei a Stieg Larsson através
de "Os homens que odeiam as mulheres" ou Millenium 01, quero dizer, cheguei primeiro aos filmes e depois ao
autor do livro. E não foi logo que cheguei (outra vez?) ao autor do livro, podemos
perfeitamente andar por aí a ler um livro sem chegarmos (vamos chamar-lhe a
assim) ao seu autor. Quando comecei a ler os "Os homens que odeiam as
mulheres" para desopilar de outras matanças do porco, decidi pesquisar
sobre Stieg larsson e fi-lo à maneira de Mikael Blomkvist (um dos protagonistas):
fui ao GOOGLE. É por aí que o Mikael e a Lisbeth começam sempre, sendo esse o
caminho, aliás, que a humanidade toma sempre que quer dar uma voltinha.
Teclar no GOOGLE pode dar-nos a volta ao estômago, mas
encontramos sempre qualquer coisa: wikipédias, biografias disponíveis nos
supermercados de livros online, mas também montes de artigos, reportagens,
críticas de jornais, neste caso sobre o autor, a sua vida e os seus livros. Ficamos a saber que Stieg Larssen era um jornalista e um
investigador, especializado em grupos terroristas e extremistas em geral, da
Suécia e da Escandinávia, países com pano para mangas nestes
assuntos. Ficamos a conhecer alguns desses panos para mangas, algumas mangas-de-alpaca,
alguns costumes sórdidos, cujo estado providência terá, suponho, ajudado a
criar de alguma forma. O homem teve a cabeça a prémio por gostar de fuçar
nesses meandros. O homem para além disso tudo era escritor.
Durante a leitura de “Os homens que odeiam as mulheres”
percebemos os seus conhecimentos nessas áreas do têxtil e dos panos para
mangas. Percebemos a sua paixão pelos policiais. Por ali aparecem Dorothy Sayers, Elisabeth
Georg, Sue Grafton, Mickey Spillane, Sivar Ahlrud (quem?), que me levaram à loucura de gastar meia tarde a fazer uma listagem de policiais de referência, coisas que
havia lido, livros em falta, novos autores, constatando com a mágoa do costume
que nos falta traduzir tanta coisa. Ficamos a saber que Stieg investigou seriamente
a morte do antigo primeiro ministro sueco Olaf Palme e que, a partir dos seus
arquivos, Jan Stocklassa continuou essa investigação publicando “Stieg Larsson.
Os Arquivos Secretos e a sua alucinante caça ao assassino de Olof Palme”, com
edição portuguesa recente.
Nestas viagens acabamos por encontrar sempre a morte. A do
autor em 2004, supostamente de ataque cardíaco após a subida de sete andares no
seu prédio. Tinha apenas 50 anos e três livros da série Millenium publicados. Michael
Nyqvist, actor que vestia a pele de Mikael Blomkvist na trilogia morreu em 2017
de cancro. Tinha 56 anos. Soube disso ontem. Enquanto bebia um café numa
esplanada. A seguir fui ver o Sporting.
2 comentários:
https://www.theguardian.com/books/2019/sep/20/stieg-larsson-and-the-unsolved-case-of-olof-palme
Bem-haja:)
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