abril 14, 2020

Isolamento (XVII)


Se tem febre e tosse ou garganta dorida, fique em casa: assim começa “O Planeta dos Macacos – A Revolta”. Eu tinha estado a rever “O Planeta do Macacos – A origem”: a ideia era criar um medicamento para o Alzheimer, testado em chimpanzés (a primeira versão do medicamento era inclusive testada no pai do protagonista), criando assim o retrovírus ALZ-113, desembocando a brincadeira na doença da Gripe Símia e numa pandemia mundial de consequências terríveis. O meu cérebro cozinhou ali mesmo uma ou duas teorias da conspiração, infalíveis. Após vinte e sete minutos de filme, observando alguns chimpanzés importantes a cavalo (para quando uma revolta dos cavalos? - digo eu), decido ir ler um pouco e retomar as teorias conspirativas mais tarde, ao sol.

Lá fora o silêncio era total. Sentei-me, na companhia de Arthur Koestler (“O Zero é o Infinito”). Lá fora o silêncio era total, dizia Arthur Koestler. Todo o movimento da prisão estava congelado na escuridão. Fumei um cigarro. Acho que bebi água. Fui dormir.

Não penses, faz: constava de um letreiro pendurado por cima da máquina de escrever de Ray Bradbury. E assim terá sido por mais de setenta anos, fonte fidedigna. Não penses, faz: lê-se na introdução ao livro de contos “Teremos sempre Paris”, de Ray Bradbury. Aconteceu-me hoje de manhã. O Carteiro ainda toca, pelo menos uma vez. E desta vez trouxe boas notícias: “Teremos Sempre Paris”, e “Franny E Zooey”, de J.D. Salinger. Entretanto, fui tomar o pequeno-almoço.

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