Tinha saído de um cruzamento com algum tráfego, após se ter perdido numa rotunda, vindo de uma cangosta em terra batida com a ajuda de um GPS. Saiu da viatura a arfar. Olhou em redor. Se olhássemos com atenção víamos mais duas ou três pessoas dentro da viatura. Parece que ninguém o terá acompanhado nessa saída. Estava escuro. Minutos depois voltou a entrar. Um pouco mais à frente encontrou um entroncamento com os semáforos desligados. Deitou à sorte e seguiu com determinação. A noite trazia-lhe agora algumas luzes que lhe deram algum alento. Mas a estrada era secundária e sem grandes referências. Deixou o GPS e urdiu um plano com a cumplicidade dos demais. Não andou muito até encontrar mais uma encruzilhada. Desta vez não hesitou e acelerou. Reconhecia aqueles lugares mas não lhes conseguia dar um nome. Ficou confuso. Já era dia alto quando, finalmente, encontrou o seu labirinto, ficava junto a um promontório que dava para um abismo. Pelo menos não era um beco sem saída.
setembro 26, 2019
A saga de Frederico*
Tinha saído de um cruzamento com algum tráfego, após se ter perdido numa rotunda, vindo de uma cangosta em terra batida com a ajuda de um GPS. Saiu da viatura a arfar. Olhou em redor. Se olhássemos com atenção víamos mais duas ou três pessoas dentro da viatura. Parece que ninguém o terá acompanhado nessa saída. Estava escuro. Minutos depois voltou a entrar. Um pouco mais à frente encontrou um entroncamento com os semáforos desligados. Deitou à sorte e seguiu com determinação. A noite trazia-lhe agora algumas luzes que lhe deram algum alento. Mas a estrada era secundária e sem grandes referências. Deixou o GPS e urdiu um plano com a cumplicidade dos demais. Não andou muito até encontrar mais uma encruzilhada. Desta vez não hesitou e acelerou. Reconhecia aqueles lugares mas não lhes conseguia dar um nome. Ficou confuso. Já era dia alto quando, finalmente, encontrou o seu labirinto, ficava junto a um promontório que dava para um abismo. Pelo menos não era um beco sem saída.
Coisas que se vão ouvindo por aí: Viagra Boys
Ainda há esperança. Parece que os tipos estiveram no qualquer coisa primavera sound, mas para mim é impossível hoje em dia analisar com calma o cartaz de um festival, aquilo são palcos atrás de palcos, eventos, sessões gastronómicas enlatadas, o que nos obriga a um GPS e a uma investigação apurada anterior. Tira a tusa toda. Risos.
Nota: aquele sax é um Morphine fora de água, em plena corrida. Não é?
setembro 25, 2019
Suicide - Ghost Rider (1977)
Isto (ainda) é fabuloso. Conseguimos ouvir repercutir pelo universo a sua influência. Dava uma grande entrada de pista (ainda é assim que se diz?), ou mais um genérico daquele programa de rádio que apenas existe na minha cabeça.
setembro 20, 2019
Stieg Larsson
Cheguei a Stieg Larsson através
de "Os homens que odeiam as mulheres" ou Millenium 01, quero dizer, cheguei primeiro aos filmes e depois ao
autor do livro. E não foi logo que cheguei (outra vez?) ao autor do livro, podemos
perfeitamente andar por aí a ler um livro sem chegarmos (vamos chamar-lhe a
assim) ao seu autor. Quando comecei a ler os "Os homens que odeiam as
mulheres" para desopilar de outras matanças do porco, decidi pesquisar
sobre Stieg larsson e fi-lo à maneira de Mikael Blomkvist (um dos protagonistas):
fui ao GOOGLE. É por aí que o Mikael e a Lisbeth começam sempre, sendo esse o
caminho, aliás, que a humanidade toma sempre que quer dar uma voltinha.
Teclar no GOOGLE pode dar-nos a volta ao estômago, mas
encontramos sempre qualquer coisa: wikipédias, biografias disponíveis nos
supermercados de livros online, mas também montes de artigos, reportagens,
críticas de jornais, neste caso sobre o autor, a sua vida e os seus livros. Ficamos a saber que Stieg Larssen era um jornalista e um
investigador, especializado em grupos terroristas e extremistas em geral, da
Suécia e da Escandinávia, países com pano para mangas nestes
assuntos. Ficamos a conhecer alguns desses panos para mangas, algumas mangas-de-alpaca,
alguns costumes sórdidos, cujo estado providência terá, suponho, ajudado a
criar de alguma forma. O homem teve a cabeça a prémio por gostar de fuçar
nesses meandros. O homem para além disso tudo era escritor.
Durante a leitura de “Os homens que odeiam as mulheres”
percebemos os seus conhecimentos nessas áreas do têxtil e dos panos para
mangas. Percebemos a sua paixão pelos policiais. Por ali aparecem Dorothy Sayers, Elisabeth
Georg, Sue Grafton, Mickey Spillane, Sivar Ahlrud (quem?), que me levaram à loucura de gastar meia tarde a fazer uma listagem de policiais de referência, coisas que
havia lido, livros em falta, novos autores, constatando com a mágoa do costume
que nos falta traduzir tanta coisa. Ficamos a saber que Stieg investigou seriamente
a morte do antigo primeiro ministro sueco Olaf Palme e que, a partir dos seus
arquivos, Jan Stocklassa continuou essa investigação publicando “Stieg Larsson.
Os Arquivos Secretos e a sua alucinante caça ao assassino de Olof Palme”, com
edição portuguesa recente.
Nestas viagens acabamos por encontrar sempre a morte. A do
autor em 2004, supostamente de ataque cardíaco após a subida de sete andares no
seu prédio. Tinha apenas 50 anos e três livros da série Millenium publicados. Michael
Nyqvist, actor que vestia a pele de Mikael Blomkvist na trilogia morreu em 2017
de cancro. Tinha 56 anos. Soube disso ontem. Enquanto bebia um café numa
esplanada. A seguir fui ver o Sporting.
setembro 17, 2019
setembro 15, 2019
Robert Frank
Robert Frank (1924-2019)
Fiquei à beira de ser fotógrafo. Falei
disso por falar recentemente. Perguntaram-me: de casamentos e baptizados? Mais
ou menos, dei por mim a responder. O que recordo mesmo é de andar com as mãos
em concha pela cidade do Porto. Por aí lembro-me bem. Lembro-me de sonhar com
películas a preto e branco e quartos escuros. Sempre gostei de quartos escuros,
sempre não, a partir dos cinco anos. Acho que fotografei o Porto todo em poucas
tardes, guardando as películas no cérebro. Devo ter fotografado outros sítios e
pessoas, sempre com as mãos em concha, insisti, por razões de trabalho nas
máquinas digitais, mas a partir do advento dos telemóveis decidi deixar de
guardar as minhas películas numa bagagem no cérebro. Teríamos que inventar uma
nova palavra para fotografia: desenhar com luz já não é verdadeiro.
setembro 14, 2019
A puta da "gravidade" - Linda Martini
Senti um déjà vu saído do burgo tuga. Aquela guitarra é Mão
Morta anos oitenta noventa. O roque farfalhudo é dos nossos. Bom, depois
começam a tocar os Linda Martini, os Paus, e por aí fora. Tocam bem.
setembro 12, 2019
setembro 10, 2019
Os homens que odeiam as mulheres
Acabado o Livro I (de quatro) de "Guerra e Paz" decidi desopilar. Já andava a bruços com "Napoleão Uma Vida Política", de Steven England, a vasculhar tudo sobre a batalha de Austerlitz, eu sei lá o que mais. O costume. Como escreveu um dia Carlos Patroquim, deve recusar-se (nem que seja momentaneamente) esse
calhamaço que dá pelo nome de Guerra e Paz, até porque está demasiadamente bem
escrito e o homem é suspeito de laivos nacionalistas. A assim entramos no e agora algo completamente diferente: "Os homens que odeiam as mulheres"ou Millenium 01, de Stieg Larsson, um começo demasiadas vezes adiado, com a visualização dos filmes no bucho. Esqueçam a versão americana. Irei até ao Millennium 03. O resto é mercado de transferências.
setembro 08, 2019
setembro 03, 2019
Apesar de tudo, obrigado mister Keizer
as suas unhas não fazem pandã com esta guitarra, mas, por favor, leve consigo quem o contratou, vai ver que é uma mais valia...
setembro 02, 2019
Assinar:
Postagens (Atom)