outubro 24, 2019
outubro 22, 2019
Coisas que se vão ouvindo por aí: Darkside
Não existe por aí uma estimativa do material que nos chega pelo paquete, atrasa-se, vai-se perdendo em portos decadentes, apodrece em contentores e, às vezes, lá calha. Isto é praí de 2013 e segundo os entendidos, antigo. A nós passou-nos ao lado. A história é fácil: um homem da electrónica encontra um tipo com uma guitarra e cabelo à Jesus And Mary Chain e desenha umas músicas. Talvez chova lá fora. Talvez não.
outubro 20, 2019
Em que rua fica a Catalunha?
Ouço falar sobre a Catalunha. As
pessoas conhecem Barcelona. Já ouviram falar de Barcelona. Até já foram a
Barcelona. Estiveram por lá a ver o estádio do Barça, a Sagrada Família, umas
casas do Gaudi, passearam nas ramblas, com alguma sorte espreitaram o bairro
Gótico e aproveitaram a piscina do Hotel, bom tempo, um hotel muito jeitoso,
excelente piscina, sem dúvida. Fizeram centenas de fotos e alguns vídeos. Se
lhes perguntarem onde fica Barcelona responderão Espanha. E estão certos. Ouço
falar sobre a Catalunha. Penso (por momentos apenas) na Catalunha republicana,
o meu cérebro folheia algumas coisas de história, poucas, sobrevoa alguns
jornais, as comparações serôdias com Portugal, algumas barricadas do século XIX
(risos), a Escócia de Kilt para as fotografias, decisões judiciais que são obstinações
políticas, leio sobre o “Tsunami democrati”, uma suposta arma separatista, quando
afinal se trata de mais uma app. Vou
lanchar. É o que resta da Catalunha: uma sandes de paio e manteiga. Depois talvez
alguém se lembre que um estado federado poderia ser um bom princípio de
conversa. Afinal, a Catalunha fica em Barcelona. Toda a gente conhece
Barcelona.
outubro 18, 2019
Jordão (1952 - 2019)
Lembro-me de ir à bola com o meu pai, aqui a Norte, para ver o Sporting, sempre à procura de ver o Jordão (entre outros), vivendo o futebol com uma alegria indescritível. Recordo-me de descer as bancadas do 1º de Maio em Braga a correr, com um boné lindo do Sporting, para ver o Jordão mais de perto. O Jordão seguiu um caminho diferente do futebol. Um artista, dentro e fora do campo. Obrigado.
outubro 16, 2019
A propósito do Sporting
Falhar outra vez. Falhar melhor.
Samuel Beckett
Falhar melhor
não sei, mas falhar
sempre
exige muita pontaria
Marta Magalhães, Falhar
Sempre – “Limpa Metais Coração”, Alambique, Lisboa, 2019.
outubro 15, 2019
outubro 10, 2019
...
As consequências das nossas acções agarram-nos pelos cabelos, independentemente do facto de, entretanto, nos termos "corrigido".
Friedrich Nietzsche, "Para Além do Bem e do Mal".
outubro 08, 2019
Coisas que se vão ouvindo por aí: The Murder Capital
Escreveram-me num papel esta banda:
Quase ao mesmo tempo, acho, a rádio falava igualmente disto como algo que parecia antigo mas (afinal) não era. No final da passagem do tema, não necessariamente este, a apresentadora (locutora?) salientava a cena pós-punk que este supostamente representava (na sua modesta opinião). Tenho na minha ideia que o Punk nunca finou (uso propositadamente o tempo verbal adequado), não deixando finar a ideia, note-se, da existência do pós-punk, que o prolonga na agonia de continuar(em) a viver. E isso é fodido. Neste caso particular, essa questão não se põe, nem sequer se coloca, isto não parece antigo, é mesmo antigo. O pós é apenas um aneurisma sossegado.
Nada disto importa
Ligo a televisão. À esquerda de
nenhuma direita: falam os entendidos. Quase sempre os mesmos. À direita de
esquerda nenhuma: ruminam outros. Quase sempre os mesmos. A sul de nenhum
Norte, fico eu e Charles Bukowski. Ando arreliado. Começo livros e rapidamente
os deixo num pousio ensurdecedor. Recomeço livros. Vou ali à música. Trabalho
como quem transporta um bloco de granito deitado numa nuvem. Às vezes vou
correr. Outras vezes não. Pensei em começar um conto em que parte do cérebro de
um homem se revolta contra a outra parte, supostamente muito maior. Mas achei a
coisa demasiado autobiográfica. Acho que vou beber uma cerveja. Até já.
outubro 07, 2019
Centrum
É preciso que alguma coisa mude para ficar tudo basicamente na mesma. O partido socialista teve 36,7% dos votos, e o partido social democrata (atendendo apenas à sua sigla, claro) 27,9%. Bom, cento e seis deputados por um lado, e setenta e sete por outro (faltando apurar quatro, penso eu). Tudo somado dá qualquer coisa como cento oitenta e três deputados, faltando os tais quatro. Total do hemiciclo? duzentos e trinta deputados. O que mudou então? Este centro com oscilações nebulosas vai-se revezando no poder desde mil novecentos e setenta e cinco. Caso único nas redondezas, diga-se de passagem. O que mudou então? Algumas cores, uma pintadela de verde aqui, outra ali, as modas do costume chegando no paquete, ou de avião, sempre mais ou menos atrasadas, sempre com a senhora das dores a tiracolo e um bilhete de lotaria, perdão, de raspadinha na mão. É preciso ter sorte.
outubro 06, 2019
outubro 02, 2019
outubro 01, 2019
A sangue frio
A aldeia de Holcomb fica situada no meios dos planaltos de trigo, no Oeste do Kansas, numa área isolada a que os demais habitantes do Estado chamam «lá para diante».
Coisas que se vão ouvindo por aí: Fontaines D.C.
Uma das maravilhas da rádio (rádio hoje reduzida a algumas boas escaramuças) é de repente escutarmos uma grande malha, um tema que se perde no trânsito, na voz de um radialista palrador, na música seguinte, enfim, naquele momento em que não percebemos o nome da banda, ou o confundimos com a música, são tantas as variantes do esquecimento que não as devemos nunca abandonar ao sabor de podcasts. Os Fontaines para mim eram uma voz e uma busca. Valeu a pena.
My
childhood was small
But I'm
gonna be big
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