janeiro 29, 2010
janeiro 28, 2010
por agora é apenas isto depois de um atum em lata com batatas, cenouras e ovo ao jantar:
Até me enervo. Por pouca coisa, diga-se, porque não há um casting para os [estes] dias. Um gajo tem que aprender sozinho, e assim sucessivamente…
janeiro 26, 2010
da política
“Há ausências de memória, ou mentiras, que assustam; abrimos os ouvidos, esfregamos os olhos, sem saber se fomos enganados pela vigília ou pelo sono[…]Não percebemos se este homem recebeu da natureza uma autoridade tal , que tem poder para recriar ou aniquilar a verdade”.
Das “Memórias de Além-Túmulo” de Chateaubriand, sobre um tal de Talleyrand, que fora ministro dos Negócios Estrangeiros de Luís XVIII, in “Um Diário de leituras”, de Alberto Manguel. As “Memórias” do Chateaubriand não são fáceis de arranjar por aqui…
Das “Memórias de Além-Túmulo” de Chateaubriand, sobre um tal de Talleyrand, que fora ministro dos Negócios Estrangeiros de Luís XVIII, in “Um Diário de leituras”, de Alberto Manguel. As “Memórias” do Chateaubriand não são fáceis de arranjar por aqui…
janeiro 25, 2010
Das noites
Um gajo entaramela uma pergunta:
“o que está a dar [na televisão]?”
E escuta(invariavelmente):
“O costume…”
...
janeiro 24, 2010
janeiro 23, 2010
A semana requentada
Não sei bem, mas um destes dias, um destes dias, com a camisinha aberta até ao início do fim do diafragma, onde de resto (não faço por menos) pontificará um Cristo pendurado em prata de lei, entre convulsões mais ou menos enérgicas resultantes do consumo excessivo de espumante fita azul, comentarei, entre pratos, a notícia da semana; a saber, o Ricardo Sá Pinto, contra todas as expectativas, violentando um ex. caixa de supermercado que ganha agora 120.000 ouros, assim por alto. Por agora, não sei bem porquê, deambulo com o Chatwin, entre uma assoalhada e outra, enfarpelado de mutante intrépido, à procura de um tal Ravenstein, saído da pena de um gajo mais ou menos americano: um tal Bellow. “De belouuu não tinha nada”, remata o desaparecido Alfredo, menos fresco de que uma alface, e não é para menos, depois do temporal que se arremeteu contra as estufas do oeste. Depois, se tiver vagar, ainda vou ao youtube, guarnecer a minha sapiência de notas sobre fruta, bola e o sr. Pinto da Costa. Mas isso será lá mais para o fim da noite, quando encontrar o Céline espalmado numa vidraça, como consta numa obra apócrifa de um (outro) amigo meu. Que é um regalo para as vistas...
janeiro 22, 2010
Com licença, com licença...que eu vou numa massa à lavrador
e nem sequer fui ouvido no acto de que nasci...
janeiro 21, 2010
janeiro 20, 2010
Arroz de tomate e feijão com panadinhos
Estaria quase? Andávamos em experiências, envolvendo os nossos devaneios e um corte e sutura que não nos levava a lado algum.Em sintonia, cada vez mais, um conjunto inexorável de certezas acentuava o nosso falhanço: estávamos quase, quase lá. Por exemplo, cada vez menos leituras nos acompanhavam os dias, embora nos sonhos, entre o regurgitar solitário de um trabalho e outro, elas lá estivessem, as leituras, ou o seu negativo, sem se conseguir determinar a existência (visível) de livros, objecto indeterminado. Em cada momento, o seu contrário nos recordava o passar inexorável do tempo, sem que este jamais se apoderasse (a início) das coordenadas da nossa vida. Uma porta ali; uma pedra familiar acolá. E nada, nadinha de espaços com sentido abstracto, tudo palpável, concebível e, presumivelmente justo. Quem sabe com direito a férias…
janeiro 19, 2010
Afinal de contas uns enchidos e vinho tinto
Ali ao lado, um no parking afere cada visita como se fosse sua. Não é. Mais, só se for o rosto fechado de um conhecido quando, por acaso, nos cruzamos num desses túneis pedonais que nos carregam para o outro lado de um prédio em escadinhas sinuosas. O prédio, já de si desnecessário, alicerçou a ventura de um túnel, inventado para estes cruzamentos de poucos metros, justificando umas arrobas de cimento armado e afins. A gente até imagina o outro lado, é ali, ali mesmo, pouca coisa, e já está a subir um sobejo de empedrado que lá ficou à deriva de qualquer fôlego intervencionado. De resto, ah, aquele rosto, ali atrás, faz pitorescamente parte de uma paisagem interior, literalmente interior, alheia à sua própria passagem. E é muito mais fácil não nos cruzarmos. É para isso, julgo, que serve a modernidade: uma passagem, sem afectos, e afinal de contas, de encontro a um antigo empedrado.
janeiro 18, 2010
janeiro 17, 2010
"Nostalgia do interior"
À pergunta título de um livro do Chatwin "O que faço eu aqui?", a resposta enigma, singela e intermitente de Walser, algures num trilho esquecido: "As fadigas, os grosseiros esforços necessários para alcançar honras e fama neste mundo, não foram feitas para mim". Insatisfeito, pensei, não sei bem porquê, em Ruy Belo, e nesse instante que invoca um outro recente, sentei-me e li:
"Quando eu um dia decisivamente voltar a face
daquelas coisas que só de perfil contemplei
quem procurará nelas as linhas do teu rosto?"
"Quanto morre um homem" enquanto procura o seu interior...
janeiro 13, 2010
janeiro 10, 2010
A trincheira I: e se?
Não demora nada. Mas demora. Tudo isto pesa. Escrever, escrevinhar sublinhe-se, sobre cada coisa, qualquer coisa, e depois retomar, ainda assim não vem mal nenhum ao mundo, pois tudo entardece, como diria um amigo, na ventura de um segundo. Cada vez mais reconheço na maturidade a superficialidade de um desperdício: e se…? Certamente não me arrependo, enquanto no balouço imaginário da corda ao pescoço, ainda percorro um caminho. E depois o para onde?, cada vez mais, um passo à retaguarda, pese esse trilho torto que descai invariavelmente para um abismo. Não escolho. Não tenho como.
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