Da emergência à calamidade:
melhorou?
Infecção financeira na economia
(assim, de ouvido): previsão, ou gosto pela roupagem vírica?
Dá-me a honra de uma dança? Uma
valsa com a língua portuguesa (para desenfastiar): o pregador não tinha dois dentes na frente e isso, para mim, lhe dava
alguma credibilidade. As pessoas sem
dentes me comoviam. Além do mais era pálido e parecia hospedar em seu corpo
todos os vermes conhecidos e desconhecidos da parasitologia tropical, escreve
Rubem Fonseca em “A Grande Arte”. A falta de dois dentes na frente, para
efeitos de credibilidade, recordou-me os Gato
Fedorento (antes da criminalização do piropo, mesmo com o uso de máscara): aos
2m:11s, por favor.
Henrique Raposo é um conservador
de direita, pertencente ao clube de fãs de Scruton, ao menos isso. Começo
sempre, se disponível, o Expresso
pelo fim. É uma questão de credibilidade, a entrada pelas traseiras. Ainda há
pouco lia: Não aceito que você seja tratado
como uma criança ou como um escravo. Se estas app que imitam as soluções chinesas
não são inconstitucionais, então não sei para que serve a Constituição. Ser livre
tem um preço. A liberdade tem um custo. Não podemos querer uma coisa e o seu
contrário, não podemos desejar uma liberdade ocidental nos tempos normais e um
Estado totalitário chinês quando os tempos apertam. Até porque estas app que
surgem no sulco aberto pelo arado da covid-19 são apenas a porta de entrada
para uma tentação possibilitada pela tecnologia. Começo a ter uma estranha
relação de proximidade com Raposo, potenciada pelas nossas diferenças.
E a língua portuguesa continua: no sulco aberto pelo arado da covid-19, ou
descarregado por um outro afluente, surge a inevitável (dizem-nos) questão:
qual a primeira coisa que quer fazer (quando voltarmos à normalidade)? Pergunta do
Expresso. Resposta de Adolfo Lúxuria
Canibal: Estou a dar-me muito bem com o
confinamento. É a realização do sonho pré-adolescente de um amor e uma cabana.
Já tenho saudades disto, pensando que um dia vai acabar. Foi a desculpa perfeita
para ser antissocial sem levantar suspeitas. Ainda há esperança.
Nenhum comentário:
Postar um comentário