(28/04/2020)
Tudo volta, até as obras. A
sua evolução foi sendo exposta aqui e aqui. O resto é obra da primavera, expressa
nas folhagens das árvores. A minha rua e a senhora da caixa do Mini tinham
ambas razão: são duas construções, a mais recente teve início ontem, e fica bem
ao lado da referida anteriormente, uma supostamente ligada à distribuição, outra, dizem, à comida rápida,
assim mesmo na língua de Camilo, que nunca a deverá ter provado. Leonardo
Benevolo, no seu livro “A cidade na história da Europa” escreve: as obras que hoje fazemos nas cidades – as
respostas que damos aos nossos problemas momentâneos – serão vinculativas por
muitos anos, mesmo quando os modos de pensar e de viver já tiverem mudado, e
como fazemos modificações cada vez maiores e mais frequentes, vamos prejudicar
cada vez mais a vida das gerações futuras, sem todavia sabermos prever e gerir
suficientemente os efeitos remotos dos nossos actos. A cidade, diz-nos Italo
Calvino em “As Cidades Invisíveis”, não
conta o seu passado, contém-no como as linhas da mão, escrito nas esquinas das
ruas, nas grades das janelas, nos corrimões das escadas, nas antenas dos pára-raios,
nos postes das bandeiras, cada segmento marcado por sua vez de arranhões,
riscos, cortes e entalhes. Olho lá para fora com os olhos e os ouvidos, e
recordo-me do título de um filme que anunciavam recentemente num dos canais da
tevê: grávida…mas pouco. É isso
Braga: cidade…mas pouco.
Nenhum comentário:
Postar um comentário