A linguagem bélica está na ordem
do dia. A comparação a cenários de guerra entra-nos pelo sofá: sentados, em
casa, assim combatemos. Não se trata apenas de
guerra, há muito que as empresas e os empreendedores se refugiaram nesse (suposto)
paralelismo entre o mundo militar e os negócios (criando uma novilíngua):
formações e equipas, treino, estandartes, disciplina, competição (dinheiro, em
suma).Temos também os heróis. Descem do nosso imaginário para o quotidiano
(qual quotidiano?). Estão agora por todo o lado. Quase esquecemos: os
sem-abrigo, os borrachões patibulares de Bolaño, os drogados, os indigentes, os
esquecidos e os isolados de ontem. É-nos
familiar o esquecimento de todos os dias. Temos sobretudo medo. Literalmente,
daquilo que não vemos. Mas não podemos esquecer que o clã securitário se senta
connosco no sofá. É o único Couchsurfing
a que assistiremos nos próximos tempos.
O presidente diz:
Somos? Cheira aqui e ali a mofo,
a populismo barato, a bazófia farsola. Quem são os outros? Onde fica a
fronteira?
Alguém sabe?
Nenhum comentário:
Postar um comentário