"O Enigma de Paris" não contém nenhum enigma a não ser o que me
terá levado à compra do livro. Mas até esse tem uma explicação: a entrada, obra
de um acaso, numa feira do livro (assim era denominada), numa das minhas
deambulações pelo interior, concretamente, em Figueira Castelo Rodrigo,
23-04-2019, um ano antes de A.C (antes da coisa). O nome do autor, embora não
estranho, soava a jogador de futebol argentino ou uruguaio, De Santis, Pablo de
Santis. A tradição da literatura argentina e a ausência de alternativas fizeram
o resto. Cumpriu-se assim a tradição, consumista, da compra de um livro em
quaisquer circunstâncias, especialmente numa feira do livro realizada no hall
de um pavilhão, sem público, e com uma senhora muito simpática a tricotar
pensamentos atrás de um balcão. Quanto ao resto, exceptuado sejam, algumas boas
tiradas, e o enquadramento de um velho mundo de detectives prestes a
desmoronar-se à sombra da Exposição Universal (onde já vimos isto?) e da
inauguração da Torre (poderes ocultos e sociedades remotas se digladiam), não
fica muito para deixarmos aos nossos descendentes. Entretanto, após a exposição
universal de Paris, apeteceu-me uma visita a uma outra exposição: a da estupidez
e crueldade humanas:
Entre uma e outra não medeiam muitos anos.
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