Onde é que eu ia?, ah bom, a tal cena de investir na análise
frondosa (risos) de “O centro do mundo” de Ana Cristina Leonardo. Porque o
merece, claro. Evidentemente. Sem dúvida.
A páginas tantas, isto é, mais ou menos ontem, dou por mim a
pensar no livro objeto, isto para utilizar uma linguagem acessível ao comum dos
mortais que corre o risco de nos ler, bom, aquela capa a dar para o cubismo
leitoso, leitoso porque sim, olhem bem as cores aquilo é Olhão, é Marrocos,
sol, cheiro a peixe (já lá vamos), o cheiro a peixe não aparece na capa mas só à
primeira vista que é sempre a mais lãzuda, impedindo-nos de discernir as várias
dimensões que sub-repticiamente (ou sub-repticiamente, já agora?) alimentam uma
determinada imagem, ainda-por-cima quando esta é coadjuvada pelo crivo do nosso
cérebro, sendo coada à medida que nos esbofeteia pelo ar. Foi mais ou menos
isto que me levou ao livro.
Eu já tinha ouvido falar da Ana Cristina Leonardo, sabia
também que o João Lisboa (ó Gabriel é nestas alturas que tenho de lincar a coisa?) tem
um blogue onde se vai esvaindo em loas (se calhar bem) a “o centro do mundo”,
centro esse que talvez se chame jornal Expresso (risinhos), já para não falar da pressão atmosférica inadmissível
do Gabriel, inútil a início, para o ler. Foi mais ou menos isso que me levou à
sua leitura.
Da cintura para baixo, isto é, como objeto, temos que
realçar alguns aspetos que não contribuem para a nossa felicidade, sem o
recurso à utilização de substâncias químicas, claro, entre os quais, a
existência de um grande números de páginas em branco entre capítulos, duas
três, aqui, duas três e meio, ali, ou mais, tudo somado, das cento e noventa e
tal páginas, umas quarenta e picos estão à espera que alguém lhes dê serventia.
A princípio ainda pensamos neste dito (deixem passar) objecto como uma
instalação em que participaríamos reescrevendo, acrescentando, aniquilando
espaços, desenhando veredas, sei lá, nada disto teria importância se o dito objeto
no final não custasse umas módicas dezasseis buchas e sessenta cêntimos, preço
editor, o que nos remete para áreas interiores à sobrevivência através do
gamanço, entre outras, e custasse apenas umas oito ou nove buchas (sem
desprimor para o autor), os caracteres em tamanho doze valem bem isso e mais.
Nada de novo, dir-me-ão, a autora não é responsável,
escreveu aquilo que escreveu, ok, mas um tipo se se acha, sei lá, em
Inglaterra, e está à beira de um borrachão patibular (Bolano, esta é só para
chatear aquele gajo do blogue do homem de livro ou isso), ambos à espera de um
Bus, e se a coisa se atrasa (o que é raro) um gajo pode entrar num sítio
qualquer comprar uma ou duas latas de cerveja e pelo mesmo preço um Dickens ou
um Thackeray, para apenas referir dois autores que se encontram em “o centro do
mundo”, vir cá para fora malhar a cerveja e ler ao mesmo tempo. Reparem que o
borrachão patibular se optar por apenas um dos autores continuará a beber a sua
dose infinita de cervejas, não tendo a compra do livro quaisquer interferências
nem com o bolsa, nem com a pança.
Posto isto, iremos a avançar, logo que seja humanamente
possível, com a análise do livro lido, e aí temos muitas surpresas boas. A
sério. A sério…
3 comentários:
Fico à espera... :)
Eu disse quando fosse humanamente possível...agora imagine a vida de um canídeo, quer dizer, um mamífero digitígrado??!
Mas é um gosto recebermos cá a autora, lá isso é:)
Linca o que quiseres. O resto vai de vento em popa. Acho:)
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