«Rogron e Sylvie, estas duas máquinas sub-repticiamente
baptizadas, não possuíam, nem em germe, nem em acto, os sentimentos que
conferem ao coração a sua vida própria. Por isso, aquelas duas naturezas eram
excessivamente fibrosas e secas, endurecidas pelo trabalho, pelas privações,
pela memória das suas dores durante uma longa e rude aprendizagem. Nem um nem
outro lamentavam qualquer infelicidade. Eram, não implacáveis, mas intratáveis
para com as pessoas em dificuldades. Para eles, a virtude, a honra, a lealdade,
todos os sentimentos humanos consistiam em liquidar as letras regularmente. »
“Pierrette” (pp. 28), Honoré de Balzac. Tradução de Pedro Tamen. Relógio D’Água.
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