“A meu ver, a Gaitas que fazia o seu Paradou em todas as carvalheiras bem copadas, ou nos amieirais das orlas do rio, assistiu a alguma cena edénica daqueles dois seres primitivos, dasabados da sua inocência por terem aceitado da mão da natureza orgânica, insidiosa o pomo vedado. Foi a ciência, é o que foi. Ele de mais a mais sabia o que Adão nunca aprendeu – traduzia o Eutropio, já tinha lido o Meu Vizinho Raimundo de Paulo de Kock, e alguns capítulos do Velho Testamento. Ela é que estava pura e analfabeta como Eva – uma besta mociça, sem mácula de ABC quando caiu não sei em que devesa – quem o sabia era a Gaitas e os justos céus, onde está o olho iniludível do criador disto e daquilo.”
“Senhor Ministro” (pp.41), Camilo Castelo Branco, Edição Vega.
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