«Os trapos da pequena abateram-se; uma após outra as tamancas caíram no vazio da noite e duas asas resplandecentes brotaram das suas espáduas. Ela voou, entre Santa Maria e Santa Madalena, em direcção a um astro rubro e desconhecido onde se encontram as ilhas dos Bem-aventurados. É aí que um ceifeiro misterioso vem todas as noites, com a lua por foice; ceifa, entre os prados de abróteas, estrelas cintilantes que semeia na noite.»
Marcel Schwob, “A Tamanca”, in “Coração Duplo, vol. 1”- Tradução de Raúl Henriques - Edição Cavalo de Ferro
Devo muitos luares de foice a J. L. Borges. E algumas estrelas cintilantes, também. Este pedaço é retirado de uma dessas, obviamente congeminado à luz reflectida de um ocasional espelho. Saiu da pena de Marcel Schwob, um francês que viveu no final do século XIX.
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