abril 29, 2010
Resto zero
Na padaria as (tais) agências reivindicam outro ranking. Os peixes amarelos, vulgo classe aburguesados, esperneiam minis na melancolia da esplanada. “Como é que é possível, estes gajos da economia que nos foderam de coentrada recentemente, tenham ainda palavra para nos endrominar na questão grega?”- perguntava um martini a um porto adormecido. Um whisky a preceito interrompeu-os por antecipação, com a desmama habitual: “bote aí dois pãezinhos de água e já agora uma natinha…”.
abril 26, 2010
abril 25, 2010
abril 23, 2010
A norte
abril 18, 2010
daqui não se vê nada
abril 17, 2010
Leopoldo Lugones
Olharam-se então; e o que havia em seus olhos não era delícia senão dor. Algo tão distante do beijo, que nele cabia a eternidade.
in "Francesca".
abril 16, 2010
Por exemplo
“O que se passa no mundo?” – terá perguntado. Longe de casa, e segundo parece, ainda inteiro, escutava com o seu melhor ouvido um tal de Tom Waits. Por exemplo:
abril 11, 2010
abril 10, 2010
Todos ao congresso
abril 09, 2010
claustros
Na penumbra política, parece que temos mais um bailador de todas as viagens. O país ensurdece enquanto remoí tantos silêncios. Venha a mulher-a-dias, rapinar estes gestos inúteis.
abril 08, 2010
abril 02, 2010
O mais próximo possível que estarás da felicidade: um bom naco de prosa
Era em Julho, numa tarde quente, e no seu rosto brilhante de suor faiscava um bom humor bárbaro. Enquanto ziguezagueava entre os seus camaradas, um largo sorriso abria-se-lhe nos dentes brancos. Os outros marinheiros eram homens de todas as origens e compleições, de sorte que Anarchasis Cloots bem os podia ter feito figurar como representantes da raça humana na primeira Assembleia Francesa. A cada tributo espontâneo prestado a este pagode negro – o tributo de uma pausa e de um olhar, ou, mais raramente, de uma exclamação – aquela turba variegada dava boas provas de um orgulho que se assemelhava, sem dúvida, ao dos sacerdotes assírios prosternados diante do grande touro de pedra.
In “Billy Budd”, do Sr. Herman Melville