Hoje, para falar verdade, senti o pecado da inveja. Observem: à minha frente, escarrapachada encontrava-se uma belíssima donzela que lia (lia, pasme-se - já não é pouco) “Margarita e o Mestre”, grandiosa obra de Bulgakov. Eu que, como Almada, já senti o peso da impossibilidade de tudo ler, eu, nesse preciso momento, morri mais um bocadinho, porque pretendo reler a dita. Continuo a epopeia de “ Os irmãos Karamázov” (já no II volume), entrecortada com Tolstoi, alguma poesia e tentações filosófico/históricas. Acabo o dia sem ir à padaria. Num mercadito lá encontro o pão sem o nosso de cada dia. Já agora, releio os panfletos dos medicamentos, entre mortalhas de revistas de tempo ambíguo. A casa de banho rumina prazeres incertos de todos os dias. Mais a mais, as cãs asseguram a volúpia das horas.
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Um comentário:
Rói-te um pouquito mais:
"-onde estão afinal os convidados?-perguntou Margarita a Koroviev.-Estão a chegar, rainha, (...)e serão bastantes. Na verdade, preferia rachar lenha que ficar aqui neste patamar para recebê-los.(p.298-299)LINDO!
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