O Gabriel tinha-me falado do Vollmann. O Gabriel tinha
escrito sobre o Vollmann, mais do que uma vez, acho, embora eu já o tivesse
encontrado aqui e ali, ou por acolá, não sei bem, não sei se já leram Sebald?, pois
o Sebald está na ordem do dia de Vuillard, eu disse isso ao Gabriel, lembro-me
bem, disse-lhe vai mas é ler a ordem do
dia, e já agora apanhas o Sebald no Livrarias
do coiso, a sua voz rouca de pequenos nadas até está no Vollmann, a espaços,
bem entendido, mas está lá, já agora – disse-lhe
–, o Vollmann e o Kis estão sempre presentes no Livrarias do coiso. A sério? Sério. O coiso, quer dizer, o Carrión
é um intelectual que apanha a liana que está mais à mão, sociologicamente
criativo, dá-se bem com a industria cultural e coiso, mas faz boas listas,
levantamentos, recorda-nos cenas, aponta campos, têm de existir gajos assim
viajados para que um gajo esteja mais descansado em casa.
Mas… sim, claro, o Vollmann e tal, solicitei à
entidade patronal uma sabática, sei lá, tipo residência artística, ou bolsa
literária, mas para ler, ler o Central
Europa, que diabo, o Vollmann teve direito a isso, esteve por Berlim, por
exemplo, a expensas não sei de quem a trabalhar, diz ele, quer dizer, a ler e a
ver cenas para o livro com uma cambada de tipos e tipas em rede, que aquilo é
um trapézio colocado a uma altura considerável. E o peso, o peso, leva-nos a
espinha a momentos de desordem, momentos que nos levam (deixem passar) a
sobrevoar o século XX de cadeirinha no antigo teatro Gil Vicente de Barcelos, agora
– dizem-me – remodelado. Para não me perder vou agora fazer uma pausa. Já volto...
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