[Kant] considerava a vida em geral, e consequentemente essa particular afecção da vida a que chamamos doença, como um estado de oscilação e de perpétua mudança. E entre essa oscilação e os flutuantes sentimentos de esperança e de medo existia uma relação natural que os justificava perante a razão. A morte, pelo contrário, sendo um estado permanente, que não consente um mais ou um menos, que faz cessar a ansiedade e o desassossego que a incerteza nos provoca, essa ele não a via ajustada a outro estado de alma que não fosse o de uma paciente imutabilidade de carácter.
De Quincey, "Os últimos dias de Immanuel kant".
(De Quincey está também na estantina com as suas "Confissões de um opiómano Inglês", edição da Contexto, encontrando-se desaparecida em combate a lindíssima edição da Estampa "Do assassínio como uma das belas-artes".)
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