«Quero
dizer que estás atrasado comparado com o Boris Vian. Com a tua idade ele já
quase se tinha matado, mas tinha escrito quinhentas canções, trezentos poemas,
não sei quantos romances, cinquenta peças de teatro, oito óperas, mil e
quinhentas críticas de música. E não só isso, usava e abusava da trombeta. E
era um noctâmbulo glorioso, que ia todos os dias do bar Vert à La Rhumerie Martiniquaise,
do Tabou ao Petit Saint-Benoît, do Trois Canettes ao Vieux Colombier. Dois
casamentos, não sei quantos filhos, estudos de engenharia, mil discussões com
os empregados do Balzar, tropelias mil, engolia as agulhas dos gira-discos nas
festas dos meninos bem do bairro, e, enfim, para quê contar-te mais.»
“Paris
nunca se acaba” (pp.159), Enrique Vila-Matas. Tradução de Jorge Fallorca.
Teorema.
4 comentários:
diria: a angústia do escritor durante o esquecimento eheheheh
sem dúvida, o título mais indicado:)
O mundo é mau. Por favor gosta de mim. Vai-te despir
mundo cão...ahahah
não gosto de ti anónimo ahahahahahahahah
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