fevereiro 21, 2013

Carta da semana: o esplendor do relvas


Companheiro de luta Relvas: não se inquiete. A bem dizer ninguém se apercebeu daquele seu olhar de desprezo a despenhar-se em gozo transbordante, a bem dizer o momento refulgia nas células que o animavam enquanto desafinava ostensivamente umas notas do Grândola, em mais uma equivalência musical que o aproximará do primeiro-ministro. Durante a tocata e fuga em ré menor do ISCTE foi diferente, o engolir em seco do companheiro de luta tamborilou na minha cabeça a mais de trezentos quilómetros do local, e o seu semblante desnorteado ficará entalhado no meu saco de eventos de reconhecidos autocratas caciqueiros, autodidactas da infâmia, peço desculpa, futuros doutores da infâmia. Conseguimos daqui conjecturar o seu apetite de reles cacique imaginando o que faria àquela gente toda que o apupava, sem dúvida que a casa correccional dos velhos tempos daria um jeitão, mas nem tudo está perdido companheiro, vários amostras da casa antiga retornam para nos ajoelhar perante esse fado que nos garroteia com a ventura de um castigo: a miséria. Outros avisados companheiros de luta e de putedo da coisa pública já assomaram para o defender com os transumantes ventos da rosa, Francisco Assis e Santos Silva, cujos cognomes religiosos atestam a bondade da sua missiva, condenando o desrespeito pelas supostas normas democráticas, enquanto vão andando de gamela em gamela. Companheiros, onde há miséria não existe democracia! Um destes dias não vos chegam mil euros para gesso. Apareçam cá na rua. Prometemos distribuir bordoada democraticamente.

[lixo]  

4 comentários:

Gerónimo Cão disse...

também se canta na tasca:)

não te chateies muito aproveita a tua energia e escrita para outras merdas, já sabes que toda a gente se está a cagar!, no final dá no mesmo:)

Gabriel Pedro disse...

:)
meu caro,

pensas que não o sei?, não tenho ilusões:)

é a cena da minha liberdade subjectiva...individual:)

Anônimo disse...

boa tarde,

Gostei do post, está muito bem escrito e denuncia o que é para denunciar, o desprezo que estes senhores tem pela democracia e pelas pessoas, embora quando lhes convém se escondam atrás de referências que nada lhes dizem. Estes senhores e senhoras estão espalhados pelas redes de clientelas que minam estes país, até há caciques ao nível de uma rua…

Artur S.

Gabriel Pedro disse...

obrigado pela visita,

mau caro, não faltam para aí relvas e sucedâneos até à escala de rua:)

mas não pense que as pessoas (o povo) se preocupa realmente com isso:)