A verdadeira
alienação, a única que coloca um problema a Stirner, é a sua própria, enquanto
sujeito existente, enquanto mónada. Nunca é a do colectivo humano. Deste modo,
para quê suprimir a alienação religiosa, se é para logo a substituir pelo fetichismo
do Homem, ou seja, do Outro, forma de idolatria mais refinada, sem dúvida, mas
igualmente alienante, se não mais? De facto, «o divino olha para deus, o humano
olha para o homem. A minha [Stirner] causa não é divina, nem humana […] não é
geral, mas única, tal como eu sou único». Por isso, a
recusa de todos os atributos genéricos, de todas essas entidades abstractas que
são a Natureza humana, a Essência do homem, etc. O regresso ao Único, ao Eu sem
conteúdo, ou seja, a nada: “fundei a minha causa sobre nada”…Mas este nada é o
centro de tudo.
“História do Anarquismo” (pp. 145), Jean Préposiet. Tradução de Pedro Elói
Duarte. Edições 70.
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