Companheiro de luta Passos Coelho: não se inquiete. Olhe,
nós aqui em baixo tudo bem. Começámos, seguindo o seu avisado conselho, a cavar
um túnel, mas depois disseram-nos que cavando para Leste, quando muito, dávamos
com os cornos em Espanha, não sendo um problema de vento ou de casório, essa
solução não nos serve de muito, pois não? Para Oeste? Boa ideia, seguindo a
cepa antepassada, mas não temos graveto para barcos e já ninguém dá boleia a
ninguém, ainda ponderámos a solução do chileno Super Rato dos Detectives
Selvagens do Bolaño e entrar à socapa num cargueiro em Matosinhos, mas
somos muitos sabe, mais que as mães, no máximo temos alguns conhecimentos na
Apúlia, mas aí os barcos são muito pequenos e há sargaço até dar com um pau dos
grandes. Ficámos. Na nossa rua, um dos dois fantasmas da frente esquerda deixou
crescer a barba, cada vez nos aparecem menos, se calhar ficam por detrás das
cortinas a ver a banda passar e a polir as correntes. Os da frente esquerda baixo,
esses, ninguém lhes põe a vista em cima, tornaram-se transparentes, diz-se,
após uma formação que fizeram, deixando ali o carro estacionado o tempo todo, à
espera que o banco nacional contra os depósitos vazios dos carros lhe dê uma piedosa
mão. A Farrusca aparece pouco, a de cima refunde-se,
conforme convém, e ficamos a saber que a outra anda assim porque toma os remédios com cerveja. Os diospiros agora
são gourmet, cada um vale um cheque compras no valor de um pastel de chaves,
ainda por cima com uma cor deslavada de quem anda mal do fígado. É ir às promoções,
não é meu caro? Ou juntar dinheiro e comprar um manual de construção naval. Mas
não se inquiete, cá por baixo tudo bem.
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4 comentários:
mais um "fabuloso".
Eu ajudo:)
::)
sempre welcome
Bem escrito, e mais do que isso uma refleção apurada. Não concordo com tudo mas, par além da ironia, existe qq coisa.
Ass: F. Guigo
deve ser a rua, essa coisa: a nossa rua...:)
o tasco está sempre aberto, apareça
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