agosto 27, 2012

Medo



«Tornei a partir. Mas as horas? As horas? Quem me diria as horas? Nenhum relógio batia nos campanários ou nos monumentos. Pensei: “Vou abrir o vidro do meu relógio e tactear o ponteiro com os dedos.” Peguei no relógio…já não trabalhava…estava parado. Nada, nada, nem um arrepio na cidade, nem uma luz, nem um resquício de som no ar. Nada, mesmo nada, nem sequer o rodar longínquo do fiacre,  – absolutamente nada!
Encontrava-me no cais, e uma frescura glacial subia o ribeiro.
O Sena continuava a correr?»

“ A Noite, Pesadelo” (pp. 199), in Contos do Insólito, Guy de Maupassant. Tradução de João Costa. Ulisseia.

medo

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