“A
serena visão da estrutura de Bomarzo, no seu alto isolamento, comoveu-me tanto
que desci do cavalo, de olhos ardentes de lágrimas, e beijei o solo amado. Ali
estava a minha casa, ferruginosa, dourada, na fina transparência do ar primaveril
que estremecia os campos. O fascinante mistério
do lugar, a sua milenária força etrusca, povoada de presenças invisíveis, mais
antigas ainda que a minha raça, apoderou-se de mim, como quando era criança,
sufocando-me, dissolvendo-me no peito a pedra aguda que o oprimia. A voz familiar
da água cantou aos meus ouvidos (…).”
Bomarzo
(pp.162), Manuel Mujica Lainez.
Tradução de Pedro Tamen. Sextante Editora.
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