fevereiro 08, 2012

A sorte é ser frio seco


Adequado o lameiro onde nos encontramos. Após uns dias em que o malabarismo televisivo deu para nos entreter com reportagens sobre o frio por esse país fora (sem esquecer os infelizes dos alfacinhas com direito a menções honrosas até nos diários desportivos), ficamos a saber da intrépida iniciativa do poeta VGM recusando a aplicação do acordo ortográfico no elefante lácteo do CCB, recebida ora com loas estratosféricas, ora com o gulag de sobreaviso. Contenda importantíssima, tendo em conta o nível elevado dos escrevinhadores e de gatafunhos que por aí ruminam e se publicam.
Na padaria, entre o pãozinho santo e a sopinha não se falava de outra coisa, “que sim, o Vasquinho fazia muito bem…”, e a Arminda “tão ansiosa pelo novo Lobo Antunes”. Da filha da Inácia, entrevadinha, já pouco se falava, letra morta, e duvidava-se da astúcia do Passos Coelho na Questão Coimbrã actual: o feriado de carnaval. O Esteves, gazeteiro de todos os dias, insurgia-se contra as palavras do primeiro-ministro - “piegas nunca!”, e o aumento dos martinis cerveja, e “não me venham para cá com ivas”, sentenciava...a conversa e o martini. Já de saída ainda escutei, “que trinque a língua dele e vá trabalhar para as obras” e, num último bafejo, uma vozinha, “a sorte é ser frio seco”, pareceu-me, mas posso estar enganado.

2 comentários:

Anônimo disse...

Até que enfim, que a padaria voltou! Já tinhamos saudades! Zobaida

Gabriel Pedro disse...

Um bem-haja mas é para a Zobaida…só contam os que cá estão.

A padaria agradece…