A estória dos contentores em Alcântara, ia jurar que por casualidade vinda a público, e por casualidade (passe o pleonasmo) enquanto a banda lá vai tocando mais umas notitas do BPN, com antigos ministros, assessores e amigos das obras no coreto, vem confirmar, vistas bem as coisas, e as cores (aqui não há lado de barricada - é tudo do mesmo!), o estado de pilhéria que grassa no seio apodrecido de um país falhado e triste. Não é apenas aí, no topo da lixeira, não. Principia, no medo e na devassa, em cada junta de freguesia, em cada metrinho de passeio público, em cada centro recreativo e desportivo e em cada estradinha municipal disputada ao milímetro com outras freguesias e vários mestres-de-obras; (re)começa, no compadrio, na cunha, na negociata e no cacique. E nisso não mudou nada. Nem no rotativismo (actualíssimo) balofo e serôdio que herdamos do século XIX, mas aí sempre havia o Eça (e outros) para contar, e agora temos a meia dúzia do costume, alinhada nas cores do costume, ou organizados em tertúlias de desagravo, e outros ainda a escrever nos subúrbios, deprimidos como cães amarelos, sobre entradas repentinas numa noite escura, repetidamente escura, e mais algumas páginas sobre a quermesse literária em voga e invejas de criar bicho.
Ah, entrar, entramos, numa noite escura, e à medida que subimos no monte, à medida que escutamos o “toda a gente sabe o que se passa”, e nos falta o ar, mais e melhor compreendemos o infortúnio da escadaria que nos calhou em sorte. É claro que a rapina compensa, nesta vasta planície de idiotia, de pedinchice e do “mal o menos”, onde todos estão sempre prontos a baixar a calcinha em nome do “não há nada a fazer”. E jazem ali, aqui e acolá, incapazes, uns e outros, de discernir, para além da casita, do casório dos filhos e da machina da vizinha do lado, o estado de letargia de quem passa basicamente ao lado da vida; ou, quando muito, vai a Punta Cana. O pior é que depois levamos ainda com as canas e as estórias das puntas…
Ah, entrar, entramos, numa noite escura, e à medida que subimos no monte, à medida que escutamos o “toda a gente sabe o que se passa”, e nos falta o ar, mais e melhor compreendemos o infortúnio da escadaria que nos calhou em sorte. É claro que a rapina compensa, nesta vasta planície de idiotia, de pedinchice e do “mal o menos”, onde todos estão sempre prontos a baixar a calcinha em nome do “não há nada a fazer”. E jazem ali, aqui e acolá, incapazes, uns e outros, de discernir, para além da casita, do casório dos filhos e da machina da vizinha do lado, o estado de letargia de quem passa basicamente ao lado da vida; ou, quando muito, vai a Punta Cana. O pior é que depois levamos ainda com as canas e as estórias das puntas…
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