julho 18, 2009

Psychoflu

Do álbum "Psychocandy", 1985 (tenho em Cd, mas andei uns tempos a ouvir isto em cassete,ai andei, andei)
Sobre a gripe A e afins, entre a paranóia, a (des)informação massiva, a ignorância (como se verá) militante, e a vidinha asséptica podem ler aqui e aqui. Sucede que no nosso país (com ou sem gripe), deveríamos nos inquietar com outras coisas, algumas bem pequenas.
Ainda um destes dias, uma funcionária de uma superfície comercial (média), procurando ajudar a colega supostamente ocupada, lá veio cortar (e posteriormente agarrar) o fiambre com as luvas ensanguentadas da carne acabadinha de trinchar. Fez-me logo lembrar a rapaziada da cantina da universidade. A caminho de casa, junto a um vidrão, pilhas de lixo orgânico e alguns pares de sapatos ornamentavam o canteiro. Passos adiante, um concurso de arremesso de maços de tabaco vazios, fazia justiça a um final de tarde amarelecido e bilioso que já se adivinhava. Consta que ganhou o Costa. À pala das responsabilidades e dos diagnósticos avisados de doutores, isto é, o país todo, uma amiga com gripe, digamos, das normais, já sentiu na pele a ciência e os conselhos da matilha informada. Afinal, já são uns “bons cento e tal” dizia a Lurdes cabeleireira ao padeiro. “É preciso ter muito cuidado, menina”, respondeu este, enquanto coçava os tomates com uma foice. 

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