Parece que o sr. Eng. mentiu. Mas, oh, a questão do prefácio é uma guerra civil de emoções. Na padaria não se fala de outra coisa a não ser da questão do “relatório” e do “prefácio”, mais a tal “ODCE” ou “CODE” ou “OCED”, não importa, o que importa é que toda a gente tem uma opinião formada, alicerçada em alguns segundos servidos juntamente com o prato do dia na TV. Consoante a cor política e as amizades coloridas esses 10 segundos são rapidamente digeridos, absorvidos e materializados num cantinho do cérebro junto da parte do “eu não ligo nada à política”, perto da “bola” e juntinho à “saúde e derivados”. Depois é só pedir um “pãozinho santo”, virar à direita ou à esquerda e ligar o lóbulo frontal “num” sei das quantas e já estamos na parte da climatologia meteorológica, com o prefácio nitidamente a ficar para trás. Certamente que “isto tá mal” mas lá vai dando para “quem quiser” trabalhar. Eu ouço isto há anos e anos, com ou sem a crise, com ou sem trabalho e sendo ou não tempo de quimeras democráticas. Aliás sobra a fatalidade: “A pobreza geral produz um aviltamento na dignidade. Todos vivem na dependência: nunca temos por isso a atitude da nossa consciência, temos a atitude do nosso interesse”, dizia o Eça nas Farpas (1871). Ora o Eça não parou até arranjar, ele próprio um tachinho de cônsul, mas podia ser outro qualquer desde que lhe desse para viver bem, comer à boa mesa de quem ele desprezava e observar o povo em socas, avinhado: a pobreza geral. Dava-se pois ao enlevo é o que é. Muito typical, diga-se. Ainda.
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Um comentário:
"Muito bem!, Muito bem!"
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