Custa-me pensar que alguém escreva, sem contar com o meu colega gato, “àcerca”, sem uma cerca por perto, num livro de “aconselhamento” académico. Não sei onde, mas algures, deve encontrar-se o último traço da cerca e, amiúde, vários jovens sobem à última árvore. Enquanto colho as tangerinas, diospiros e castanhas, e mais além salto uma fogueirita, sonho com o prazer imenso e irrazoável do dias a dias. Entretanto os livros estão pendurados na corda de secar. Recordo a sobremesa com ênfase no Fernando Pessoa e seus amigos imaginários. Por lá terão passado desapercebidos, Baudelaire, Whitman e o sr. Rimbaud, sem contar com a madame Bovary e o porteiro das desoras com o Sr. Borges a tiracolo. Nem o Yeats conseguiu assomar. Pudera. Fiquei nas Berlengas da tasca com o Cesário de sempre:
E eu desconfio, até de um aneurisma
Tão mórbido me sinto, ao acender das luzes;
À vista das prisões, da velha Sé, das cruzes,
Chora-me o coração que se enche e se abisma.
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