maio 18, 2008

Hoje amanheceu assim

Com a chuva agarrada à vidraça, uma ponte de tédio carregou-me à padaria. Depois o tédio, que não era bem tédio, energicamente se sustentou na regueifa. Sucede que, em dia de final da taça, o anjo deveria estar assim:

Sentiu por momentos um leve bafo de carícia

poisando fugaz sob seu rosto

desleixando-se por fim no veludo dos reposteiros antigos

que cuidadosamente ornavam a sala,

Acedeu e foi à janela respirar o seu ar de tédio

envolto num enlevo de artista.

G.P.

Um comentário:

Anônimo disse...

Pilar da nossa ponte de Tédio. E o poemas, não nos revela a sua totaliddae, ou está completo?
Não o conheço editado, no meio de tanta porcaria que por aí vai ( ou sempre os mesmos ou os amigos), bem merecia destaque. Merecia!